Comentando sobre leitura

Por AOTP

leitura

Por Fernanda Sevarolli Creston Faria*

A leitura tem sido foco de grande discussão entre os estudiosos em âmbito mundial, pois como podemos observar, ela ajuda na formação crítica do indivíduo e faz parte do processo de letramento o qual estamos inseridos e em progresso contínuo durante nossa vida, enquanto estudioso ou não (SOARES, 2015).

Fato é que quando a criança inicia seus estudos, ainda na alfabetização, o professor se torna seu motivador maior para leitura, além de hábitos que tenha aprendido em casa ou não. Mas os professores se reconhecem como motivadores de leitura? Reconhecem os livros como fonte de aprendizado? Muitos sim e outros não.

Motivar a leitura não é apenas levar os alunos à biblioteca ou juntar um pouco de livros no canto da sala e instituir o famoso “cantinho de leitura”. Muito além destas ações, a seleção de livros, o conhecimento da realidade de seus alunos, estratégias de contação de histórias e leitura de imagens são fundamentais para o êxito da formação do aluno quando o assunto é leitura.

O ato da seleção de livros deve ser realizado de forma madura pelo educador, pois o livro carrega detalhes da língua materna e da cultura de determinada lugar, dependendo do assunto abordado. A simples escolha pelo olhar não determina o potencial do livro para a formação do leitor, nem ao menos possibilita ao professor estabelecer padrões de compreensão e saber qual a estrutura narrativa utilizada. Portanto, o conhecimento prévio das obras e uma pesquisa sobre autor e assunto devem fazer parte do ato de selecionar os livros.

O ato de conhecer a realidade do alunado é um aspecto debatido e defendido há muitos anos. Exemplo disso são os ensinamentos de Paulo Freire que, sem dúvida, denotam que se aproximar dos alunos torna a prática pedagógica mais fluída e significativa, tanto para alunos quanto para professores.

O ato de contar histórias é uma ação bem nova para os educadores, mas recorrente na educação desde seu surgimento na história da humanidade. O ato de se contar acompanha o ser humano desde a criação da escola pelos gregos. Um dos tipos de ensinos mais fortes e que, inclusive, chegaram até nós, são os mitos gregos.

Os mitos eram estórias inventadas com cunho disciplinar ou educativo e a prática de contar histórias permitiu que estes chegassem à atualidade de forma intacta. A prática de contar motiva quem escuta e é carregada de significado; portanto, ler um livro em voz alta para crianças, tentar aproximá-las da linguagem ali descrita, voltar-se para imagens e criar um clima para a narração, faz muita diferença na formação do leitor. Isso corrobora para motivá-lo uma vez mais para o ler, que deve ser uma ação prazeroso para o indivíduo, e não uma imposição.

Além dos aspectos relatados, o cuidado com a seleção também perpassa pelo estudo das imagens, pois o professor deve levar a turma a ler imagens e não apenas olhá-las. A leitura de imagem depende do traço ou técnica utilizada pelo ilustrador de determinado livro ou conto. Portanto, o professor deve se preocupar em alertar seus alunos para as imagens, levando-os a uma compreensão e leitura delas.

Finalizando, ler é um prazer que deve ser cultivado desde cedo, mas muito mais do que ler, o professor deve se conscientizar que a preparação para a leitura é de sua responsabilidade e que pesquisar seu material é uma tarefa que lhe cabe com honras.


*Fernanda Sevarolli Creston Faria é graduada formada em Letras (UFJF), especialista em Práticas de Letramento e Alfabetização (UFSJ), especialista em Planejamento, Implementação e Gestão da EAD (UFF) e mestranda em Gestão e Avaliação da Educação Pública (CAED/UFJF). Professora do sistema de ensino do estado de Minas Gerais e do sistema privado de ensino, além de tutora EAD (Pedagogia/UAB/UFJF).