Comentando sobre a língua portuguesa e suas influências

Por AOTP

Fernanda Sevarolli Creston Faria*

Falamos em aprender segunda língua e buscamos métodos, gramáticas, macetes, etc. Contudo, muitas vezes nos esquecemos a simplicidade da cultura que a envolve, a qual nos permite um mergulho real e não ideal no alvo que buscamos. Pensar em uma língua é associar sua influência ao uso e a representatividade desta no mundo. Mas antes da influência e representatividade, a língua tem sua identidade e precisa ser compreendida para ser ensinada e aprendida.

A língua portuguesa é um dos últimos ramos do latim que se tem conhecimento e traz consigo influências outras que ajudaram a constitui-la enquanto língua.

Mas além de sua formação, devemos compreender que sua difusão carregou e carrega a marca da cultura de um povo, lugar, país...

Quando se fala em aprender o Português, como segunda língua ou Português como Língua Estrangeira (PLE), não deve se desprezar a cultura que ele carrega e como ele é falado em determinado local.

Hoje no mundo temos dois grandes países como fontes para se ensinar PLE: Portugal e Brasil, que apesar de falarem o mesmo idioma, carregam cada qual sua língua demasiada em cultura, costumes e especificidades.

Assim deve se comportar um professor que deseja ensinar o Português como segunda língua, ou quaisquer outro idioma, ou seja, além das regras, estruturas e vocabulário, tão necessários quando se aprende L2.

A língua só tem sentido contextualizada, isso até mesmo se utiliza no ensino de língua materna, pois há muito já se utiliza métodos que priorizam a realidade, e não o fantástico. Mesmo para crianças, apesar do apelo constante ao fantástico, que é de sua natureza infantil, a contextualização com o real permite que ela faça associações lógicas, o que influencia positivamente em seu aprendizado.

Com adultos, o método não é diferente, permitindo que o aluno associe novas palavras e estruturas a situações reais e usos necessários de uma língua.

Neste caso, voltando ao Português, ao optar por uma vertente, seja ela brasileira ou portuguesa, o professor deve estar sensível a cultura do país escolhido, sabendo que tal iniciativa possibilitará um trabalho mais conciso e próximo ao real, trazendo aos alunos não somente o mundo da nova língua para mais próximo de si e de sua cultura, mas a língua em questão carregada de seu significado e literalidade.

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*(Graduada formada em Letras (UFJF), especialista em Práticas de Letramento e Alfabetização (UFSJ), especialista em Planejamento, Implementação e Gestão da EAD (UFF) e mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública (CAED/UFJF). Tutora EAD Pedagogia/UAB/UFJF); Coordenadora do Curso de Idiomas Veg – Juiz de Fora/MG; Professor de Projeto de Educação Integral do Sistema estadual de ensino de Minas Gerais.