Comentando sobre textos

Por AOTP

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Fernanda Sevarolli Creston Faria*

Quando falamos em língua portuguesa e a estudamos, muitos se perdem em meio a tópicos gramaticais, pronomes, substantivos, advérbios, verbos e suas conjugações. Mas, muito além desta preocupação, os falantes desta língua se assustam mais ainda no que tange ao uso da língua na formulação de textos e, ainda, no reconhecimento deles.

Quem nunca se viu perdido na hora de escrever um texto, seja ele um e-mail, bilhete, uma carta pessoal ou comercial, um relatório ou mesmo uma redação na escola ou em concurso?

A estrutura dos textos e a forma como são concebidos pelos estudantes é fator primordial para sua utilização de forma clara e coerente. Para tanto, saber qual texto usar, como escrever determinada coisa e para quem estamos escrevendo, vai determinar a forma e conteúdo do texto em questão.

Neste sentido, os educadores precisam compreender que o trabalho com os textos demanda a necessidade de se conhecer os gêneros e tipos textuais, o que fornecerá um conhecimento profundo do papel destes e de sua aplicação social, ou seja, não basta apenas ensinar ao aluno reconhecer o que cada gênero e tipo representam, mas sim como aplicá-lo em sua realidade e comunidade.

A oralidade é cargo da convivência social e do trato com as pessoas próximas ou não, legando à escola o trabalho de explorar a escrita de forma a garantir que o indivíduo a use com a mesma (ou quase a mesma) propriedade que faz o uso da fala.

Portanto, narrar, relatar, expor ou argumentar são tipos de textos que encontramos por toda parte, já os gêneros textuais, bula de remédio, carta, e-mail, entre outros tantos, contêm em seu corpo um tipo textual, ou seja, em um gênero textual contempla um ou mais tipos textuais que corroboram diretamente para sua composição. Exemplo: um livro didático têm vários textos compostos de relatos, exposições, imagens, etc.

É importante que o docente tenha em mente que existem os gêneros primários, os quais o aluno aprende a partir da fala e não da escrita ou leitura.

Uma conversa, uma palestra ou aula são gêneros primários não ensinados na escola, mas que a convivência social garante o aprendizado e uso ao falante de determinada língua.

Já os gêneros secundários, que compõem livros didáticos, bulas de remédio, revistas, artigos, etc., precisam ser explorados e ensinados em sala de aula, de acordo com o nível de ensino, faixa etária e realidade dos alunos.

A sensibilidade e conhecimento do professor vão garantir o sucesso no aprendizado e uso da fala, escrita e leitura.

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*Graduada formada  em  Letras  (UFJF),  especialista  em  Práticas  de Letramento e Alfabetização (UFSJ), especialista em Planejamento, Implementação e Gestão da EAD (UFF) e mestre em Gestão  e Avaliação da  Educação  Pública  (CAED/UFJF).  Tutora  EAD  (Pedagogia/UAB/UFJF) e  Coordenadora  do  Curso  de Idiomas Veg –  Juiz de Fora/MG