COMO ELEVAR A AUTOESTIMA

Por Adriana Tanese Nogueira

Autoestima é, como alguém escreveu, a reputação que adquirimos conosco. Isso significa que quando temos autoestima nós sabemos que podemos contar conosco. Somos, aos nossos olhos, pessoas confiáveis no que diz respeito àqueles assuntos importantes para nós. Não adianta sermos confiáveis aos olhos dos outros porque mantemos os nossos compromissos, porque ajudamos os amigos, porque ganhamos uma promoção no trabalho. Autoestima é muito mais do que isso. Se estamos ajudando um amigo porque não sabemos dizer não, se estamos dando aquela mão pela milésima vez aos outros deixando de fazer algo importante para nós, se a promoção que ganhamos é para fazer um trabalho que não tem nada a ver conosco, que nos tira a alegria de viver, se mantemos compromisso à custa de não termos compromisso com as nossas necessidades, então a autoestima não vai poder crescer. Pelo contrário, estamos demonstrando diariamente a nós mesmos que nos deixamos na mão. A reputação que precisamos ter conosco se desenvolve ao atender às nossas prioridades profundas. Muitas vezes, achamos que estamos cuidando de nós ao fazer coisas que atendem a um código e uma expectativa social, mas que na verdade não significam nada aos olhos interiores. E continuamos com baixa autoestima. Explicamos assim por que acontece de descobrir que pessoas que parecem bem-sucedidas, bonitas, admiradas, "poderosas" têm baixíssima autoestima. Elas atenderam aos requisitos sociais de uma cultura que não preenche seu vazio de alma. Ao se esforçarem para ser como é esperado que sejam, deixam de ouvir o chamado interior que exige atenção. O nível de autoestima é, assim, como um termômetro da relação que se tem com a gente. A pessoa bem adaptada ao mundo externo, mas que não sabe como lidar com seu mundo interno, não vai poder estar realmente à vontade e segura, porque está desadaptada ao mundo interno. O verdadeiro "sucesso" no mundo, ou seja uma vida serena e equilibrada, requer adaptação tanto ao mundo externo quanto àquele interno porque caso contrário este último nos "sabota". Na verdade, não é sequer sabotagem: ninguém pode ir longe andando sobre uma perna só. É somente graças à harmonia interna psicológica que se conquista uma vida saudável. A partir deste "apoio", por assim dizer, interno à nossa autoestima, ou seja, a nossa reputação interna ganha bases. Deste modo, poderemos contar conosco sabendo que seremos capazes de enfrentar o que der e vier, não como sobreviventes desesperados que superam uma guerra cheios de feridas e traumas, mas como quem enfrenta os desafios da vida, saindo deles mais inteiro e sábio. Assim, para desenvolver uma boa autoestima, você precisa começar a olhar para dentro de você e finalmente tomar conhecimento do que o habita, botando a mão na massa daquelas questões que você no fundo sabe que está arrastando há muito tempo. E assim poder circular livremente dentro de você sem ter medo de sentir o que quer que seja que possa vir a sentir, perceber, pensar, enxergar, se dar conta. Sem medo, sem fugas. Este contato consigo, que é uma presença a si próprio, é a base do processo de adaptação interno que nos permite uma boa autoestima. "Não se preocupe se os outros o apreciam. Preocupe-se em apreciar a si próprio", (Confúcio).