Como lidar com a perda do pai ou da mãe
Pensando nisso, resolvi dividir com vocês alguns caminhos que podem ajudar a superar essa perda.
Poucas coisas têm tanto impacto na vida como perder o pai ou a mãe. Você talvez tenha de lutar com emoções que nunca sentiu. Cada pessoa reage de forma diferente diante da morte.
Lidar com essa perda pode ser a experiência mais dolorosa na vida da maioria das pessoas. É praticamente impossível superar completamente a perda, mas há maneiras de continuar honrando a memória dos seus entes queridos e, ao mesmo tempo, voltar a dar rumo à própria vida. Nessa fase tão delicada, é essencial ter paciência consigo mesmo, evitando a todo custo fazer-se cobranças do tipo: "Estou demorando demais para lidar com o luto e voltar a ter uma vida ‘normal’ novamente".
Você, assim como todo ser humano, precisa de tempo para processar a perda. Na verdade, não há um período de tempo determinado para a duração do luto. Isso depende de cada um. Vou mostrar alguns caminhos para ajudar a administrar essa situação tão complicada. Sei que é difícil dizer algo nesse momento, mas é obrigação de cada um de nós tentarmos ajudar.
Dê tempo ao tempo. Não adianta sentir-se na obrigação de recuperar-se o mais cedo possível. Em geral, é loucura esperar que você tenha condições de voltar à correria do dia a dia em algumas semanas ou meses. Deixe o tempo fazer o trabalho respeitando o seu ritmo. Livre-se das expectativas fora da realidade que você tem para si.
Procure encarar o luto como um processo, um ciclo. Ele pode durar bastante tempo, mas nem sempre a dor será tão intensa. Alguns dias serão melhores do que outros. Continue respeitando o seu ritmo.
Aceite o fato de que, se o seu pai ou sua mãe ainda pudesse falar com você hoje, ele ou ela lhe diria para continuar levando a sua vida da melhor forma possível. Embora seja normal ficar deprimido, lembre-se de que ele ou ela te ama. Logo, essa pessoa querida jamais desejaria ver que essa perda prejudicou sua vida de forma permanente e definitiva. Vale a pena fazer um esforço para tentar voltar a fazer algumas das coisas de que você mais gostava, ao mesmo tempo em que lida com a dor. Não se esqueça de que uma das maiores alegrias para um pai ou uma mãe é ver a felicidade dos filhos. Isso não quer dizer que você deva varrer todos os sentimentos negativos para debaixo do tapete, mas é preciso voltar a enxergar as coisas boas da vida, por menores que sejam.
Cultive as boas lembranças. Ele ou ela sempre será uma parte importante na sua vida. Reviva as memórias boas e procure ver que essa pessoa tão especial tem um lugar cativo nos seus sentimentos. Outra forma de manter viva a memória dos seus entes queridos é fazendo perguntas a parentes a fim de entender melhor as experiências de vida dele ou dela. Esse conhecimento pode enriquecer ainda mais o relacionamento que você tinha com seu pai ou sua mãe.
Não se esqueça de se cuidar. Pegue leve e tenha mais paciência do que o normal consigo mesmo(a). Reserve mais tempo para descansar e fazer atividades relaxantes e construtivas. O mais importante é dar um tempo na autocrítica por enquanto. É fácil deixar de pensar na própria saúde e bem-estar quando a dor é intensa demais. Apesar disso, faça o possível para dormir pelo menos 7 horas por noite e fazer três refeições saudáveis e exercitar-se moderadamente por meia hora todos os dias. É claro que dormir e comer bem não ajudam a esquecer a perda, mas fica mais fácil administrar as tarefas do dia a dia se você está mais disposto.
Aprenda a identificar as situações que trazem mais carga emocional. É importante estar ciente de quando você vai sentir-se mais vulnerável e frágil. Uma vez que você souber o que provoca reações mais fortes, procure obter apoio nesses momentos. Por exemplo, se você perdeu seu pai, procure reunir-se com seus familiares mais queridos no Dia dos Pais. Faça o mesmo caso tenha perdido sua mãe, no Dia das Mães.
O processo de luto é diferente para cada indivíduo. Costuma-se categorizar essa fase em cinco estágios: negação (“Isso não está acontecendo!”), raiva (“Por que justo comigo?”), choro (“Se tivéssemos pegado mais no pé para ele/ela levar a dieta a sério”, “Se ele/ela tivesse largado o cigarro”, “Se o acidente não tivesse acontecido...”, etc), depressão e, finalmente, aceitação. Mas isso não significa que você tenha que passar por todas essas etapas e nem seguir a ordem em que elas aparecem aqui. Todo mundo sofre e enfrenta essa fase do seu próprio jeito e no seu próprio ritmo.
Evite tomar decisões importantes durante o luto. A morte de alguém tão importante pode fazer você perceber que seu casamento é uma mentira, que a sua carreira não tem sentido ou que chegou a hora de jogar tudo para o alto. Essas conclusões podem até ser verdadeiras, mas evite agir por impulso até sentir-se pronto(a) para pensar mais racionalmente. Ao contrário do que muita gente pensa, grandes mudanças em sua vida provavelmente não ajudarão você a superar a perda mais rápido. Além disso, o risco de acabar fazendo algo do qual você se arrependa mais tarde é grande.
