Como lidar com a criança difícil

Por Adriana Tanese Nogueira

crianca

Consideramos uma criança difícil quando não responde aos nossos pedidos ou conversas. Ela reage de forma agressiva, opondo-se ao que queremos, perturbando o ambiente, falando alto demais ou mostrando excessiva agitação. Diante desta criança, o adulto, pai e professora geralmente não sabem o que fazer. Há uma dificuldade de até mesmo “acessar” a criança, ser por ela ouvidos. Castigos podem ser completamento inúteis e só aumentar, na verdade, o comportamento negativo.

Uma criança difícil é uma pessoa presa em sua própria teia emocional interna que a sufoca em dor, frustração e medos que ela não sabe expressar. Faltam-lhe palavras, mas antes mesmo dessas, faltam-me meios para compreender o que está acontecendo com ela.

Algo a está impedindo de viver sua vida plena, de crescer, explorar o mundo, conhecer a si própria, seus talentos, tendências, preferências e aos outros a sua volta. Algo está bloqueando seu desenvolvimento e ela está desesperada. Sente-se amarrada.

Pré-condições para lidar com uma criança difícil:

1. Como diante de qualquer tarefa empenhativa, o primeiro passo é aceitar que, com este filho, este aluno, será necessário ter mais paciência e se esforçar para decodificar sua personalidade.

2. Não cair na própria armadilha dos sentimentos de culpa. Não olhar para a situação em termos de culpa: de quem é a culpa? Minha ou da criança? Ou dois dois? Deixemos a culpa de lado, pois esta não ajuda a resolver problema nenhum.

3. Tenhamos coragem, porém, para questionar-nos a fim de encontrar a melhor postura e atitude para lidar com a criança, porque se ela não nos escuta, evidentemente o que temos feito e falado não funciona.

4. A criança difícil em nossa vida nos coloca um desafio: se ela está lá é porque tem a ver conosco, com nossa história e necessidade de crescimento. Abracemos o desafio, estejamos dispostos a mudar algo em nós. Vamos?

Passos para lidar com uma criança difícil:

1. Desista por um momento de qualquer exigência. É preciso começar de novo. Pause as cobranças por um instante.

2. Observe a criança: quando está mais irritada? Quando está mais tranquila? Observe como ela fica, quais reações principais tem nesses momentos.

3. Preste atenção no que aconteceu antes desses momentos (positivos e negativos). Busque o gatilho que os desparou. Pode ser uma situação no ambiente, mesmo indireta. Por ambiente se entende tanto o físico como o humano. Portanto, é preciso atentar também para como estão as pessoas em volta da criança, em particular você. Se você for a mãe ou o pai, sua influência é poderosíssima. Mesmo o que não falar ou agir pode se refletir na criança.

4. Se nada disso for o caso, quais são os meios que a criança precisa para ser acalmada? Tente perguntar a ela do que ela precisa. Qualquer que seja a resposta. O que ela quer naquele momento? O objetivo aqui é dublo: por um lado, oferecer uma válvula de escape, por outro, dar à criança a oportunidade de expressar (e se conscientizar de) sua necessidade.

5. Outra pergunta importante é: O que eu posso fazer por você? O que você quer que eu faça? Mais uma oportunidade para a criança se expressar e estabelecer uma relação. A partir de sua resposta é possível começar um diálogo. Não necessariamente o adulto tem que fazer o que a criança quer, mas pelo menos temos aqui um ponto de partida.

Enquanto todos esses passos são dados, o adulto deve constantemente prestar atenção no que sente e em como se sente. Fingir estar bem, não funciona. Fazer o que não se quer, também. As crianças sentem nossa verdade interior e respondem a ela.