Compositor de "Mama África" chega a Fort Lauderdale

Por Gazeta Admininstrator

Chico César, um dos compositores mais respeitados da nova geração - suas canções já foram gravadas Daniela Mercury, Maria Bethânia, e Ana Carolina - estará, pela primeira vez, em Ft. Lauderdale. Chico César e seu grupo irão tocar os grandes sucessos de sua carreira como “Mama África” e também muito forró e frevo do novo CD!

Nascido em Catolé do Rocha, interior da Paraíba, Chico César foi para João Pessoa aos 16 anos, onde integrou o grupo Jaguaribe Carne, que fazia música e poesia experimental.

Em 1985, radicou-se em São Paulo, onde trabalhava como jornalista e fazia shows em bares e teatros alternativos. Mais tarde, conseguiu uma viagem para a Alemanha, onde se apresentou e voltou decidido a se dedicar apenas à música. Montou a banda Cuscuz Clã e, em 1994, lançou pela gravadora Velas o CD “Aos Vivos”.

Passou a se apresentar, semanalmente, no Bambu Brasil, extinto bar do bairro Vila Madalena, freqüentado por universitários.

O seu primeiro sucesso foi “À Primeira Vista” (também gravado por Daniela Mercury), seguido de “Mama África”. Ganhou reconhecimento nacional com o disco “Cuscuz-Clã”, êxito que não foi repetido em “Beleza Mano”, apesar de seu repertório vigoroso, com destaque para “Reprocissão”, “Sanfoninha”, “Se Você Viajar” e “Paraíba Meu Amor”.
Passou alguns anos sem gravar, dedicando-se a shows pela Europa e pelos EUA. Em março de 2000, lançou seu quarto disco, “Mama Mundi”, com produção de Mário Manga.

Em “Respeitem Meus Cabelos, Brancos”, de 2002, o cantor paraibano Chico César pede respeito a suas origens africanas e nordestinas, em canções como “Céu Negro”, “Templo” e “Flor De Mandacaru”. Apesar de gravado em Londres, o disco mantém as influências regionais que marcam a sua música.O material possui uma primorosa qualidade instrumental e uma variedade de estilos que vão do reggae ao xote, passando por baladas românticas e pelo côco.

Em 2005, o compositor lançou o seu sexto CD, “De uns tempos pra cá”, pela gravadora Biscoito Fino. Com 12 faixas, o álbum traz canções autorais compostas por Chico desde a década de 80, num formato camerístico, com o Quinteto da Paraíba.

Agora, em 2008, Chico César lança o novo projeto “Francisco Forró y Frevo” (EMI Brasil) que comemora a festa junina, carnaval e os ritmos do nordeste brasileiro. Chico César mergulha no espírito das duas principais festas populares nordestinas (o carnaval e os festejos juninos) para criar um disco alegre em que o foco encontra-se na força dos ritmos que animam essas festas: o frevo e o forró. E ainda no diálogo que esses ritmos têm naturalmente com bits universais. Por exemplo: o xote com o reggae, o frevo e o arrasta-pé com o ska.

No que se refere, especificamente, ao frevo, uma novidade: a junção da linguagem das orquestras de metais de Pernambuco com a guitarra baiana dos trios elétricos da Salvador dos anos 70, em que a folia estava sob o comando de Dodô e Osmar. Para buscar uma sonoridade universal chamou o produtor Bid (o mesmo do segundo disco de Chico Science e Nação Zumbi), com quem divide a produção do álbum. A mixagem é de Mário Caldato Jr.

Tempero
O tempero nordestino fica por conta da presença de músicos da Paraíba, da Bahia e de Pernambuco. Entre eles, o grande Armandinho e seu pau elétrico (homenageado no disco) e Spock e sua orquestra (representando a renovação do gênero pernambucano). Entre os convidados, a voz do frevo, Claudionor Germano, um verdadeiro mito que segue cantando com voz firme, como nos velhos tempos da gravadora Rozemblit. Dominguinhos empresta sua voz e sanfona na música “Deus me Proteja” e Seu Jorge é o convidado em “Dentro”.

O disco é composto basicamente de inéditas do próprio Chico César. Com apenas uma regravação: a “Marcha da Cueca”, do já falecido e também paraibano Livardo Alves (“Eu mato, eu mato quem roubou minha cueca pra fazer pano de prato...). Enfim, um disco leve para tocar nas ruas e nas pistas, com forte apelo regional e internacional. Para levantar a poeira e o astral, inspirado no saudável estado de espírito com o qual o povo nordestino encara e faz suas festas.

A opinião da crítica
“Depois de passar os últimos três anos passeando por uma seara mais intimista, Chico procurou por outro tipo de comunicação musical. “Queria algo mais ligado ao corpo do que ao intelecto”, resume. Procurou por BiD, que já produziu Chico Science & Nação Zumbi (Afrociberdelia) e mundolivresa, que, por sua vez, indicou Mario Caldato Jr. para a mixagem. O resultado são 14 divertidas canções para se ouvir em qualquer dia da semana, em qualquer época do ano, mas obri-gatoriamente quando se tiver festa.” Lívia Deodato, O Estado de Sao Paulo.

“Chico César retoma o apelo popular de modo feliz com o álbum Francisco forró y frevo, produzido por ele e pelo paulista BiD (Chico Science & Nação Zumbi, Marcelo D2, Otto), responsável pelos efeitos e elementos eletrônicos, e mixado pelo brasileiro-americano Mario Caldato Jr. (Marisa Monte, Beastie Boys, Beck, Moby, Blur). Como o título sugere, o compositor cai de boca na vibração das duas principais festas do Nordeste, o Carnaval e o São João. Para isso, recorre aos ritmos do frevo (que vale tanto para as ruas de Recife e Olinda quanto para a guitarra baiana dos trios-elétricos de Salvador nos anos 1970) e do forró e variáveis (além dos seus diálogos com o reggae e o ska).” Hagamenon Brito, Correio da Bahia.

“Nas lojas esta semana, o disco impressiona pela ótima qualidade da safra de inéditas de Chico, que enfatiza a afinidade rítmica do reggae com o xote em faixas como ‘Comer na Mão’ e ‘Ociosa’. O álbum tem tom festivo. Já na faixa de abertura, o frevo ‘Girassol’, as guitarras de Fernando Catatau sinalizam a intenção do artista - que produziu o CD ao lado de BiD - de buscar outras sonoridades para o gênero.” Mauro Ferreira, O Dia.

Chico César está em turnê pela América do Norte como parte do projeto Independência & Música produzido pela Rhythm Foundation em parceria com a TAM Airlines, Consulado-Geral do Brasil em Miami, Consulado- Geral do Brasil em Chicago, Embaixada do Brasil em Washington D.C., Ministério das Relações Exteriores, Brasil Música & Artes (BM&A) e APEX Brasil.