Compra de imóveis por imigrantes pode ajudar economia

Por Gazeta Admininstrator

O ex-presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) Alan Greenspan acredita que facilitar que imigrantes comprem imóveis nos Estados Unidos é a solução mais eficaz para estabilizar os preços no setor, algo que poderia acontecer no primeiro semestre do próximo ano.

Em entrevista publicada pelo “The Wall Street Journal”, Greenspan adverte que, no entanto, as quedas de preços no setor imobiliário poderiam se prolongar além de 2009 e que, enquanto não desaparecerem, não acabará a atual crise financeira internacional.

“Os preços dos imóveis nos EUA provavelmente começarão a se estabilizar ou chegarão ao fundo do poço em algum ponto na primeira metade de 2009, embora possam continuar descendo, durante 2009 e além”, declarou o economista.

Na sua opinião, o “excesso” de casas unifamiliares a venda, tanto quanto como de segunda mão (cerca de 800 mil a mais que o normal), diminuirá, em breve, o que ajudará a fazer com que a oferta e a demanda se equilibrem e, portanto, os preços deixem de cair.

O ex-presidente do Fed disse que para conseguir uma estabilização dos preços “a iniciativa mais efetiva, embora politicamente difícil, passaria por uma grande expansão nas cotas de imigrantes qualificados” (com capacidade para pagar uma hipoteca). Isto aumentaria de forma sustentada a demanda de casas vagas, pois potencializaria a formação de novas famílias. “Os imigrantes qualificados tendem a formar novas famílias, que é a fonte mais importante de demanda por novas casas”, declarou Greenspan na entrevista.

Segundo seus cálculos, nos EUA são formadas, a cada ano, cerca de 800 mil novas famílias, das quais cerca de um terço corresponde a imigrantes e cerca de 150 mil deles são considerados “qualificados”.

Preços mais estáveis
Os preços das moradias nos Estados Unidos começam a dar sinais de estabilização, mesmo com o aumento do número de execuções hipotecárias, mostrou pesquisa divulgada na segunda-feira(18).

“No mês de junho, os preços nominais das moradias recuaram 10,7% em relação ao mesmo período do ano passado”, afirmou Mark Fleming, economista-chefe da First American CoreLogic, empresa res-ponsável pelo levantamento. Entretanto, ao mesmo tempo em que a queda do preço nominal das moradias se estabilizou na casa dos 10 a 11%, nos últimos meses, o avanço da inflação significa que os preços reais, ou ajustados pela inflação, das moradias, continuam recuando em taxa acele-rada, disse o economista.

Entre abril e junho, o recuo dos preços das moradias ficou estável, com uma média de 10,8% de declínio, mas em termos reais, a taxa de recuo foi de 16,8%, em junho. Em abril, essa taxa havia sido de 15,3%.