Computador põe em risco as relações afetivas

Por Gazeta Admininstrator

O computador se tornou o centro vital de milhares de americanos, que passam mais tempo navegando pela Internet do que com seus cônjuges, o que põe cada vez mais em risco as relações sentimentais.

Cerca de 65% dos cidadãos dos Estados Unidos destinam, diariamente, mais atenção à tela de seu computador do que às necessidades de seus entes queridos, revelou uma pesquisa realizada pela empresa Kelton Research.

Este fator começa a se destacar como uma significativa fonte de brigas familiares e rupturas sentimentais.

"Você acaba se afastando dos outros sem se dar conta. Isso pode destruir uma relação", adverte o doutor Robi Ludwig, psicoterapeuta de casal e apresentador do programa de TV "Uma semana para salvar um casamento".

"Os computadores estão se tornando elementos cada vez mais persuasivos e sugestivos em nossas vidas. Nossa relação com eles parece que começa a se equiparar, em importância, com a que temos com pessoas próximas a nós", acrescentou o médico.

A pesquisa mostra que 84% dos americanos desenvolveram, nos últimos três anos, uma dependência cada vez maior de seus computadores domésticos.

Os especialistas apontam que esta crescente dependência, aliada ao sentimento de frustração que se dá quando ocorrem problemas no computador, pode gerar, nos usuários, um estresse emocional semelhante ao que ocorre nas discussões conjugais.

O americano médio passa cerca de 12 horas por mês tentando solucionar os problemas de seu equipamento, e mais da metade reconhece que sua relação com o aparelho é dominada "pela ira, pela tristeza e pela alienação".

No entanto, a relação entre o homem e o chip não é de todo negativa: os computadores abriram novas possibilidades sentimentais aos mais de 90 milhões de solteiros dos EUA, graças às páginas de encontros na Internet.

Existem, no país, mais de 850 sites dedicados exclusivamente à busca de parceiros, o que torna os EUA "o maior mercado do mundo" para esse tipo de relações, afirma John LaRosa, diretor da companhia Marketdata, em seu relatório sobre a situação do setor em 2006.

Os encontros on-line são um grande negócio, no qual mais de três milhões de americanos, de todas as idades e classes sociais, pagam uma cota mensal para fazer de páginas como a Yahoo Personals, Match.com, American Singles e a eHarmony seus "cupidos digitais".

Este mercado movimenta quase US$ 500 milhões por ano, e desde 2001, só faz crescer em popularidade.

O processo propiciou uma fragmentação do mercado, já que os grandes sites perdem espaço para outros, dedicados a unir pessoas com afinidades comuns, como a religião, a raça, a ideologia política, e até a preferência por um ou outro animal de estimação.

Além destes, existem, aproximadamente, mais 100 sites gratuitos de encontros, destinados àqueles que não se dispõem a pagar uma taxa para conseguir um encontro ou iniciar uma relação romântica.

O fenômeno tem, no entanto, seu lado negativo, e após a explosão sentimental "on-line", agora começam a aparecer as conseqüências.

Cresce a cada dia o número de casos de clientes insatisfeitos com os serviços prestados por estas empresas, e de divórcios de casais unidos pela internet, o que faz com que muitos reconsiderem sua maneira de enfrentar as relações, e voltem a confiar no fator humano.