Condição de famílias de imigrantes ilegais é criticada

Por Gazeta Admininstrator

O governo dos Estados Unidos trata as famílias de imigrantes ilegais como se fossem prisioneiros, em instalações onde não podem viver unidas e receber tratamento médico e apoio adequados, segundo um novo relatório divulgado na quinta-feira(22).

Defensores dos direitos dos imigrantes e refugiados chegaram a essas conclusões depois de visitar dois centros de detenção no Texas e Pensilvânia, criados especialmente pelo Departamento de Segurança Interior para dar um tratamento 'humano' às famílias de ilegais.

'Em um país que apóia os valores familiares, não deveríamos tratar as famílias de imigrantes que não cometeram crime como bandidos, particularmente as crianças', disse a jornalistas Ralston H. Deffenbaugh, dos Serviços Luteranos para Imigrantes e Refugiados.

Cerca de 600 pessoas podem ser acomodadas nestes centros. A maioria é de países da América Central e América Latina, mas há famílias palestinas, etíopes e chinesas, disse Emily Butera, da mesma entidade.

Os imigrantes mexicanos, que são a maioria dos 12 milhões de pessoas sem documentos que vivem nos Estados Unidos, não são mantidos nestes locais porque os agentes de fronteira podem deportá-los quase que imediatamente, afirmou Butera.

O relatório recomendou o fechamento deste tipo de centro e o uso de formas alternativas de detenção, como a adoção de braceletes eletrônicos para monitoramento para que deixem em liberdade famílias consideradas não perigosas para a segurança.

'Todas as mulheres com que falamos nesses locais choraram', disse Michelle Brané, diretora da Comissão de Mulheres por Mulheres e Crianças Refugiadas.

'Os pais não têm nenhum poder sobre a situação de seus filhos. Antes os separavam e não tem que separá-los, nem colocá-los em algo que é uma prisão', completou.

A legislação norte-americana considera a imigração ilegal um crime civil, não criminal.