Condoleezza Rice diz apoiar Lula.

Por Gazeta Admininstrator

A queda de braço entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez pelo posto de principal membro latino-americano, ganhou uma importante jogadora.

Na tentativa mais evidente, até agora, de mostrar sua opção a favor de Lula sobre Chávez na disputa pós-nacionalizações na Bolívia, Condoleezza Rice não poupou elogios ao programa educacional brasileiro e chegou a dizer que seus ancestrais poderiam ter sido brasileiros.

"Eu sei que o presidente Lula, do Brasil, tem dado grande ênfase à educação", afirmou a chanceler norte-americana em discurso na sexta-feira, cujo íntegra só foi tornada pública anteontem à noite. Ela participava do encerramento do ciclo "Espaço EUA, Vanguarda Latina 2006", no Banco Interamericano de Desenvolvimento, em Washington.

"Quando estive no Brasil, recentemente", continuou, "tive uma conversa muito interessante sobre afro-brasileiros porque, é claro, meus ancestrais poderiam muito bem ter acabado no Brasil, em vez de no Alabama. Fazia parte do comércio transatlântico de escravos. E, ao olhar como essas diferentes populações estão começando a afetar seus ambientes domésticos, enxergamos o que é melhor sobre a democracia, mas, mais importante, sobre a democracia multirracial".

Rice, que ultimamente vem sendo criticada por ter sido pega de surpresa pelas decisões do presidente boliviano, Evo Morales, e por fazer parte de uma administração que largou a América Latina em 2º plano em função da “Guerra ao Terror, fez um mea culpa: "Eu quero estar mais presente no continente, porque essa é a nossa vizinhança", disse, "um lugar com o qual dividimos fronteira".

Como prova de sua preocupação, disse a secretária de Estado, a administração de George W. Bush teria "dobrado" a ajuda oficial para a América Latina, e essa ajuda, mais a expansão da zona de livre comércio e de oportunidades na região, "não levam em conta a posição dos governos no espectro político".