A ofensiva militar de Israel contra o grupo terrorista Hamas e outras milícias da Faixa de Gaza já provocou a morte de mais de 400 crianças e deixou mais de 2,5 mil feridas. Os números fazem parte do balanço divulgado pela Unicef, no dia 5.
Segundo a estimativa do órgão das Nações Unidas, 370 mil menores de idade precisam urgentemente de ajuda psicológica, em vista dos possíveis traumas sofridos durante a guerra.
“A ofensiva teve um impacto catastrófico e trágico nas crianças. Se levarmos em conta o que estes números representam para a população de Gaza, é como se 200 mil crianças tivessem morrido nos Estados Unidos”, disse Pernille Ironside, chefe da Unicef na região.
Pernille ressaltou que não há luz elétrica e que os sistemas de água potável e saneamento básico não funcionam em Gaza, o que aumenta o risco de crianças serem contaminadas com doenças transmissíveis e diarreia e causar ainda mais mortes de menores de cinco anos. “Há pessoas que não têm acesso à água há várias semanas. Foram detectados problemas de pele e tememos que apareçam casos de diarreia, o que só provocaria mais mortes de crianças”, pontuou.
Os bombardeios israelenses afetaram 142 escolas em Gaza, incluindo 89 instalações da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA). Além de provocar a morte de mais de 1.800 palestinos e 67 israelenses, os ataques à Gaza têm sido bastante criticados por atingir mesquitas, escolas e hospitais. Os militares, no entanto, afirmam que esses locais são usados pelo grupo fundamentalista palestino Hamas para guardar armamentos. O grupo terrorista que controla a Faixa de Gaza costuma ameaçar as pessoas que tentam fugir dos locais dos bombardeios justamente para tentar fazer com que as imagens de vítimas civis choquem o mundo.
Cessar-fogo
Com o cessar-fogo de 72 horas entre Israel e o Hamas em vigor, os palestinos foram às ruas e retomaram as atividades do cotidiano. Diversos comércios abriram as portas em Gaza para que a população pudesse fazer compras de primeira necessidade. As ruas estavam cheias de carros e transeuntes. Aproximadamente 300 caminhões com suprimentos e ajuda humanitária internacional, entre eles dez carregados com remédios e equipamentos médicos, entraram na Faixa. Os hospitais da região estão repletos de pacientes e com a infraestrutura muito danificada após os 29 dias de ofensiva militar. Muitos civis também se aglomeraram em seus entornos por acreditarem que as instalações seriam seguras.Acredita-se que o número de vítimas pode aumentar nos próximos dias, quando começarão a ser removidos os escombros das milhares de casas que foram bombardeadas. Os danos são particularmente notáveis nas regiões norte e leste de Gaza, onde as forças israelenses utilizaram blindados para combater os terroristas do Hamas.
As informações são da agência “Efe”.