Conflito entre diplomatas brasileiro e norte-americanos.

Por Gazeta Admininstrator

Um novo conflito diplomático entre EUA e Brasil está ganhando corpo nesses últimos dias. O Departamento de Estado norte-americano decidiu impedir a compra, pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), essa que seria a nova sede da missão do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. A sede ficaria situada nos dois andares inteiros do edifício One United Nations Plaza, entre a 1ª e a 2ª avenidas. O custo estimado para essa operação era de R$ 31,9 milhões, já programados no orçamento de 2006 do ministério. Não é a primeira vez que esse tipo de intervenção por parte dos norte-americanos ocorre, há cerca de um ano, o consulado-geral de Atlanta, no estado da Geórgia, também foi impedido de reabrir suas portas.

Para o Itamaraty essa atitude, por parte dos diplomatas norte-americanos, é reflexo de uma queda-de-braço judicial que embarga a negociação de dois imóveis de propriedade dos EUA em Brasília e São Paulo. Em memorando interno enviado no final de fevereiro, o embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo da Motta Sardemberg, informou que a imobiliária já teria retirado a opção de compra ao Brasil, apesar de continuarem a usar cartazes nas janelas do prédio, com a frase “For Sale” (À venda).

A idéia de adquirir um novo imóvel para a sede de Nova York é uma proposta realizada ainda no início do governo Lula que o MRE procurou formalizá-la em seu orçamento em 2005.

Essa nova sede abrigaria 19 diplomatas, 11 funcionários de apoio, além de arquivistas — instalados atualmente no número 747 da 3ª avenida. Segundo um alto diplomata ela resolveria uma questão de espaço, já que de acordo com ele, quando vai gente de Brasília para lá, para algum congresso ou reunião, os funcionários ficam sem computador e, às vezes, têm de ceder suas salas.A mudança também responderia às ambições da política externa impulsionada pelo chanceler Celso Amorim, que visa a aumentar a representatividade do Brasil no cenário internacional. Os 1.750 m² do One United Nations serviriam para acomodar ainda diversas repartições brasileiras espalhadas por Nova York, justifica Amorim. “Os aluguéis são caríssimos. Fica mais fácil comprar”, disse à reportagem em dezembro de 2004, para justificar o negócio.