Confronto deixa 4 mortos na Costa do Marfim

Soldados de Bangladesh que reforçam as tropas de paz da ONU na Costa do Marfim abandonaram a base da cidade de Guiglo, a 300 quilômetros da principal cidade, Abidjã, depois de entrar em confronto com simpatizantes do presidente do país, Laurent Gbagbo.
Pelo menos quatro pessoas teriam morrido no combate que teria começado com uma tentativa de invasão de um grupo de manifestantes durante a madrugada desta quarta-feira.

Os simpatizantes do presidente marfinense se revoltaram com a proposta de dissolução do Parlamento apresentada pelos mediadores internacionais, que querem garantir a realização de eleições ainda neste ano.

A Assembléia Nacional é uma das últimas fontes de poder do presidente Gbagbo. Desde 2002, o país está dividido: o governo controla o sul, e grupos rebeldes controlam o norte.

Instabilidade

Inicialmente, as eleições tinham sido marcadas para outubro, mas a instabilidade no país levou as autoridades a postergá-las.

Pelo menos 300 soldados deixaram a base de Guiglo depois do ataque desta quarta-feira, que deixou as acomodações da ONU devastadas.

"Os acampamentos foram destruídos. Os combates entre os manifestantes e as Nações Unidas fizeram pelo menos quatro vítimas civis durante a noite e a madrugada. E a revolta continua", afirmou um comandante militar à agência de notícias Reuters.

Há três dias que jovens simpatizantes de Gbagbo, que se intitulam "Jovens Patriotas" vêm montando barreiras em ruas de Abidjã, exigindo documentos de motoristas e pedestres.

De acordo com o correspondente da BBC na cidade, James Copnall, os jovens praticamente controlam as ruas da cidade.

A proibição de manifestantes nas ruas não conseguiu impedir que os "patriotas" praticamente paralisassem Abdijã e outras localidades marfinenses.

Ainda assim, os protestos nas ruas são muito menores do que os de 14 meses atrás, quando os "Jovens Patriotas" começaram a atacar franceses e acabaram provocando a fuga de cerca de 8 mil estrangeiros que viviam no país.