Conhece-te a ti mesmo - II

Por Gazeta Admininstrator

Inteligência Relativa: a inteligência à sua moda

Mesmo reconhecendo a importância de toda a teoria existente sobre inteligência, tenho um conceito bem mais simplificado e é com ele que costumo trabalhar:
Inteligência é a habilidade de fazer distinções e de tornar visível o in­visível, capacitando-nos a fazer escolhas.
Isso significa que, quanto mais você for capaz de distinguir entre os aspectos concretos e abstratos do ambiente em que vive, mais in­teli­gente estará sendo, porque a capacidade de fazer distinções é o que dá a você o poder de fazer escolhas e de se manifestar.

Habilidade de Fazer Distinções

Quando digo que ?inteligência é a capacidade de fazer distinções? e, conseqüentemente, de fazer escolhas, estou dizendo que meios diferentes produzem padrões de inteligência diferentes, independentemente da existência de outros fatores em comum.
Inteligência, nessa abordagem, tem dois componentes: genético e cultural. Em termos atuais, ao componente genético podemos chamar de hardware, e ao cultural, de software.
Enquanto o componente genético se encarrega de prover determinada constituição física e aptidões ao indivíduo, o cultural se encarrega de fornecer os elementos para a formação de um repertório de modelos que lhe permitam fazer escolhas.


Com um exemplo fica mais fácil
Dois irmãos gêmeos, bem consti­tuí­dos fisicamente e com aptidões nor­mais, criados em meios diferentes ? um na cidade e outro no campo ? desen­vol­­­verão tipos de inteligência diferentes.
Aquele criado no campo, que lida di­­re­­­tamente com o gado e a terra, será ca­­­paz de tomar um punhado de ter­ra na mão e sentir se ela é adequada ou não para de­terminado fim ou de dizer se a vaca no pasto está prenhe ou não só de olhar. Entretanto, quando na cidade, ele olha o movi­mento de uma grande avenida e só é capaz de dizer que são carros pas­sando, sem ser capaz de definir marcas ou modelos. Já o irmão criado na ci­dade, que identifica com facilidade marcas e modelos de carros, não saberia dizer sequer se o animal no pasto é boi ou vaca. E, quanto à terra, ele só sabe que suja os sapatos e a roupa...


Podemos dizer que um irmão seja mais inteligente que o outro? É claro que não. Ambos têm desenvolvida a capacidade de fazer dis­tin­ções e, com isso, são capazes de tornar visível o invisível. A diferença entre eles está nos modelos que cada um assimilou da cultura à qual esteve exposto.
Todos nós somos ignorantes, só que em assuntos diferentes.
Todos nós somos inteligentes, só que em meios diferentes.
A cultura correspondente ao meio em que vivemos define o padrão da nossa inteligência, e os modelos mentais que somos capazes de elaborar a partir dessa cultura, assim como a forma como os utilizamos, nos particularizam.


A faculdade de ser inteligente é inata. A inteligência, por sua vez, é passível de desenvolvimento, e este se dá a partir dos modelos que assimilamos de uma série de fontes, sendo a cultura do meio em que se vive a principal delas.