Conselho de Ética rejeita relatório

Por Gazeta Admininstrator

Com votos do PT e do PSDB, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados reprovou nesta quinta-feira o parecer que pedia a cassação do deputado Pedro Henry (MT), ex-líder do PP.
Foram cinco votos favoráreis e nove votos contrários ao parecer do relator, deputado Orlando Fantazzini (PSOL-SP). Henry foi acusado de ter participado, como líder do partido, de saques das contas do empresário Marcos Valério de Souza pelo ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genu.

Os parlamentares Angela Guadagnin (PT-SP), Bosco Costa (PSDB-SE), Jairo Carneiro (PFL-BA), Benedito de Lira (PP-AL), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Edmar Moreira (PFL-MG), Sandes Júnior (PP-GO), Fernando de Fabinho (PFL-BA) e Josias Quintal (PSB-RJ) foram contra o pedido de cassação de Pedro Henry.

Votaram a favor do relatório Chico Alencar (PSOL-RJ), Nelson Trad (PMDB-MS), Ann Pontes (PMDB-PA) e Júlio Delgado (PSB-MG).

Pelo regulamento do conselho, como o parecer de Fantazzini foi rejeitado na votação, deve ser feito um novo parecer recomendando a absolvição do deputado, já que a maioria entendeu que ele não era culpado. Um parecer rejeitado pelo Conselho não pode ser enviado ao plenário. Esse novo parecer, então, será votado novamente no Conselho de Ética e só depois será encaminhado ao plenário da Câmara.

No parecer original, Fantazzini afirma que teve certeza da participação de Pedro Henry no chamado "valerioduto" depois que o deputado Pedro Corrêa (PP-PE), outro acusado de participar do esquema, deixou claro, em depoimento no conselho, o envolvimento de Henry no esquema de pagamento dos honorários do advogado que representou o ex-deputado Ronivon Santiago.

Os recursos para os honorários vieram de Valério. Na ocasião, Corrêa dissera que atuavam para representar os interesses do PP ele próprio, Pedro Henry e o deputado José Janene (PR).

Defesa
Em sua defesa, Henry argumentou que a única acusação que pesa contra ele são as "denúncias infundadas baseadas exclusivamente nos depoimentos do ex-deputado Roberto Jefferson".

O parlamentar disse que nunca manteve contato com o empresário Marcos Valério de Souza ou com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. "Como eu poderia ser um dos distribuidores do mensalão sem ter mantido encontros freqüentes com Marcos Valério ou Delúbio nem ter ido aos bancos", questionou.