As ameaças de hackers contra a Sony Pictures não foram suficientes para impedir a estreia da comédia “A Entrevista” (The Interview, em inglês) em diversos cinemas americanos, inclusive no sul da Flórida no dia do Natal.
O Swap Shop drive-in em Fort Lauderdale informou que já havia vendido mais de 100 ingressos para a estreia no dia 25, algo bastante incomum para a data, disse o Sun Sentinel.
Inicialmente, a Sony havia cancelado a estreia do filme, que narra a história ficcional de um plano mirabolante para matar o líder norte-coreano Kim Jong-un.
Mas, após críticas a favor da liberdade de expressão, vindas inclusive do presidente americano Barack Obama, o estúdio reconsiderou e alguns cinemas promoveram sessões à meia-noite para os interessados em assistir ao filme na tela grande.
Centenas de cinemas independentes em várias cidades dos Estados Unidos se ofereceram para exibir o longa, depois que as grandes redes decidiram não exibir devido às ameaças.
Lee Peterson, gerente do Cinema Village de Nova York, disse à agência de notícias " "Reuters" que exibir o filme é uma questão de princípios.
"Obviamente, gostaríamos de ganhar dinheiro com o filme, como gostaríamos com qualquer filme, mas é importante se manifestar pela liberdade, liberdade de expressão, liberdade para assistir filmes", disse.
O longa também pode ser visto pela internet apenas nos Estados Unidos, através do website do filme, YouTube e Google Play e pela plataforma de vídeo do Xbox.
Ameaças
A Sony Pictures tinha resolvido não lançar o filme depois de sofrer um grande ataque cibernétrico em novembro, atribuído a um grupo de hackers que se autodenomina GOP (Guardians of Peace - ou Guardiões da Paz, em tradução livre).
Na semana passada, o FBI informou que suas análises levam a acreditar que a Coreia do Norte foi responsável pelo ataque. Mas muitos especialistas em segurança online questionam esta afirmação.
A Coreia do Norte negou que tenha realizado o ataque cibernético contra a Sony Pictures.