04/02/21 às 22:43 - Brasil
Contrabandistas serram partes do muro novo na fronteira EUA-México
[caption id="attachment_191470" align="alignleft" width="407"] Parte recém construída do muto na fronteira. Foto: Reuters.[/caption]
Muros novos estão sendo construídos na fronteira entre os Estados Unidos e o México - mas contrabandistas já encontraram um meio de passar os imigrantes ilegalmente por ele.
Em visita a San Diego há cerca de um mês, o presidente Donald Trump disse que as partes novas do muro na fronteira “são praticamente impenetráveis”. Porém, a realidade tem se mostrado diferente, segundo agentes de imigração.
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Usando serras manuais que custam apenas US$ 100 em lojas de ferragens, contrabandistas conseguem abrir parte do muro e passar pessoas, segundo informações dos agentes e funcionários da fronteira ao The Washington Post.
Segundo as autoridades, eles estão cientes que os criminosos conseguem serrar algumas partes de aço e ferro e abrir um espaço nos postes que compõem o muro. Os atravessadores então passam as pessoas e logo depois colocam a peça no lugar, no intuito de enganar os agentes.
De acordo com o relatório do Washington Post, os agentes disseram que quando uma violação desse tipo é detectada, uma equipe de soldagem é chamada imediatamente para recolocar a parte no lugar. Mas mesmo assim, os atravessadores conseguem logo fazer o mesmo em outro local. Eles costumam usar várias vezes a mesma parte até que esta seja fechada, disseram os agentes.
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Os postes do muro tem até 9 metros de altura. As serras amplamente disponíveis no mercado podem cortar os postes de aço em questão de minutos. Eles podem ser facilmente empurrados para a frente, permitindo que as pessoas passem.
A maioria das passagens de fronteira relatadas envolvendo cortes no muro ocorreu na área movimentada perto de San Diego [no sul da Califórnia], disse o jornal.
Autoridades da fronteira insistiram que as novas paredes do muro ainda são mais difíceis de cortar do que eram antes. Eles atribuíram as novas violações à constante inovação das quadrilhas de contrabandistas, o que equivale a uma indústria multibilionária de furtar imigrantes indocumentados para os EUA.
"Eles não vão sair da fronteira em San Diego porque o muro está mais reforçado", disse Ronald Vitiello, ex-Patrulha da Fronteira dos EUA e chefe de Imigração e Alfândega dos EUA, ao Post. "Essa é a vida na fronteira."
Em resposta, a Casa Branca disse que as partes novas do muro têm cumprido sim o efeito de aumentar a segurança, mesmo que não seja 100%.
Além disso, a ideia do governo é instalar sensores eletrônicos que detectam vibrações de serra e também de pessoas em toda a extensão do muro, como forma de aumentar a proteção.
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