Contratação temporária via F-1 ultrapassa números de H-1B para estudantes nos EUA

Por Arlaine Castro

Porém, a advogada reforça que o atual governo tem dificultado para aqueles que buscam o visto H-1B. "As metas de emprego para trabalhadores especializados em ocupações procuradas eram o alvo favorito de Trump durante os debates republicanos nas primárias presidenciais de 2016. Depois de ascender à Casa Branca, a ordem executiva de "Compre americano e contrate americano" de Trump colocou o visto ainda mais minucioso.Atualmente, o número de vistos H1-B aceitos diminuiu, enquanto os contestados pelo governo triplicaram, de acordo com a data dos Serviços de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS)", enfatiza Martinez. Formado em Engenharia de Controle e Automação pela Universidade Federal de Minas Gerais há menos de dois anos, João Paulo Miranda conseguiu um estágio sob o visto J1 na empresa de computação gráfica REscan, na Califórnia. Como seria mais difícil e demorado os outros vistos, João optou mesmo sabendo que o período de permanência nos EUA será menor e ele não poderá tentar migrar para um visto mais profissional, como o H-1B. "Gostaria de poder estender o visto, mas tenho que ver se há alguma outra possibilidade que não afete o meu intercâmbio no momento. Deixaram claro que se eu tentasse outro visto durante minha estadia aqui, poderia influenciar no meu atual, correndo risco de término do programa", explica, ressaltando que pensa em tentar um visto de trabalho futuramente. Afinal, o que são os programas de trabalho temporário OPT e STEM? Os estudantes internacionais graduados com vistos de estudante F-1 podem trabalhar nos Estados Unidos por 12 meses dentro do programa Optional Practical Training (OPT), e aqueles com diplomas STEM das faculdades e universidades certificadas e credenciadas pelo programa "Student and Exchange Visitor" (SEVP) são elegíveis para uma extensão de 24 meses do OPT. Neste outono, quase meio milhão de estudantes internacionais iniciarão ou retornarão aos programas de graduação STEM em faculdades e universidades dos EUA. A discussão de programas relacionados tornou-se uma prioridade presidencial porque poucos estudantes universitários estão se formando nessas áreas - o que preocupa o governo. Com isso, a estimativa é que os empregos STEM nos EUA cresçam quase 11% - ou cerca de 10,3 milhões de posições - entre 2016 e 2026, mais rápido que todas as ocupações nos EUA. Na prática, no entanto, pode ser difícil para estudantes internacionais garantirem residência permanente nos Estados Unidos. O sistema de vistos de trabalhadores qualificados H-1B recebe bem mais pedidos do que a oferta; um processo federal pode impedir muitos graduados em STEM de continuar no país, e a Casa Branca está analisando alterações nos sistemas de vistos de trabalhadores qualificados e de estudantes. Assim, esses programas são considerados um bom trampolim para um H-1B ou 'green card'. *Leonelba Martinez é advogada de imigração do escritório de advocacia The Berman Law Group – 361 East Hillsboro Blvd., Deerfield Beach, FL 33441. Contato: (561)826-5200 x351.