A contribuição indiscutível da educação - Editorial

Por Marisa Arruda Barbosa

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Quando o direito à educação faz parte dos direitos humanos comuns a uma pessoa, poucos pensam no que significa lutar para poder frequentar uma sala de aula.

A inspiradora história do imigrante brasileiro Felipe Matos, na página 26 desta edição, é um exemplo disso. Isso fez com que ele não só lutasse para estudar, mas acabou se tornando um aluno de destaque por toda a sua vida, e um jovem de coragem para lutar por seus direitos. Ele marchou com outros jovens para Washington, em 2010, conseguiu bolsas de estudos e hoje é um candidato a se beneficiar à ação deferida do presidente Barack Obama, como poderão ler sua história. Tanto ele como outros jovens em sua mesma situação ainda deverão dar grande contribuição aos Estados Unidos, e podem, quem sabe, fazer história na tão esperada reforma imigratória.

E, falando em educação, uma comitiva de 66 universidades e faculdades americanas estará no Brasil nos próximos dias para tentar convencer mais alunos brasileiros a virem estudar nos Estados Unidos (veja matéria na página 18). Isso abre um caminho mais fácil para uma nova leva de jovens imigrantes em potencial virem para os Estados Unidos legalmente.

Isso porque o Brasil é a sexta economia do mundo, e os EUA estão vendo um déficit em seu número de alunos internacionais em comparação a outros países. Ou seja, a questão principal é econômica, claro, pois esses alunos pagam três vezes mais pela mensalidade em relação aos residentes.

Mas o que pouco se pensa sobre isso é: os alunos brasileiros virão para os Estados Unidos, onde conseguirão um diploma, se prepararão para o mercado competitivo e deverão voltar logo ao Brasil para ocupar grandes postos no país em crescimento. Isso, é claro, levará grande contribuição para que o Brasil tenha um real crescimento com uma força de trabalho qualificada. Mas do ponto de vista dos EUA, esses alunos internacionais vêm, estudam, gastam rios de dinheiro, e não permanecem no país.

Não que uma coisa tenha que substituir a outra, se não isso seria dar um tiro no próprio pé, pois como imigrante, torço e sempre torcerei para um Brasil cada vez melhor. Mas quem contribui mais para os Estados Unidos: estudantes como Felipe Matos ou os brasileiros que essa missão quer trazer?

Felipe Matos e todos os jovens que ele representa, escolheram os EUA como seu país, para aqui permanecerem depois dos estudos, trazendo ganhos a longo prazo que irão muito além do “out of state tuition”. Nessa edição também abordamos trazemos os efeitos trazidos por Isaac para o sul da Flórida (pág 23). Como já sabemos, é sempre difícil de prever o que irá acontecer.

O condado de Palm Beach não foi atingido diretamente, mas foi fortemente afetado pelas chuvas e ainda sofre enchentes. Mas algo que é sempre admirável é o nível de preparação cada vez mais avançado das autoridades e residentes de todo o país para lidar com possíveis desastres.

cobertura jornalística, as ações comunitárias e o acesso a abrigos em cada região, principalmente em New Orleans, faz com que todos se sintam mais seguros.

Há ainda a Convenção dos Republicanos em Tampa (página 25) e as fortes declarações sobre imigração, um assunto que ainda é a pedra no sapato do candidato Mitt Romney para atrair o voto latino.