Cooperação em projetos de defesa pautará nova relação Brasil x EUA

Por Daniel Galvão

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[caption id="attachment_134689" align="alignleft" width="240"] Embaixador do Brasil em Washington, Sergio Amaral. Foto: Flickr[/caption]

No próximo dia 20, com a posse do novo presidente americano, Donald Trump, o Brasil espera também que seja inaugurado uma nova era na relação com os Estados Unidos. E, para isso, o Governo já elencou as pautas que vão nortear a tomada de novas ações neste sentido: ampliação do comércio bilateral, resolução de questões que permitam aumentar os investimentos americanos no país e aceleração da cooperação em projetos nas áreas de defesa e de energia.

Segundo o embaixador do Brasil em Washington, Sergio Amaral, a presença brasileira nos EUA é muito aquém da potencialidade do país. Ainda de acordo com ele, desde que assumiu o posto, em setembro de 2016, a "subrepresentação" do Brasil em setores importantes da vida norte-americana, particularmente o Congresso Nacional, o impressionaram.

E o embaixador tem razão no que fala. Especialistas garantem que o Congresso norte-americano, que tem maioria republicana, vai desempenhar, nos próximos anos, papel "muito importante" no futuro dos Estados Unidos. Sendo assim, o Brasil precisa aproveitar o momento para discutir os assuntos de seu interesse, apresentando propostas que aproximem os dois países. Amaral frisou também que o Brasil vai aprofundar relações com o setor acadêmico e do pensamento americano.

Em entrevista ao programa Revista Brasil, transmitido pela Rádio Nacional de Brasília, o embaixador ressaltou ainda que a grande comunidade brasileira que vive nos EUA pode ter papel relevante em uma maior aproximação entre os países. "São 1 milhão e 100 mil pessoas presentes em várias cidades, várias regiões, participando da vida comunitária, e podem ser um ativo quando buscamos aproximação maior com os congressistas. Porque nas suas comunidades elas já têm um peso político que pode se traduzir em questões de interesse do Brasil".

Aliás, Amaral enfatizou que o Brasil não vem capturando investimentos nos Estados Unidos em detrimento do trabalhador americano. "Ao contrário, nós investimos aqui até uma soma expressiva, US$ 24 bilhões nos últimos anos, e estamos gerando empregos aqui. Não somos um problema nem na área de tráfico de drogas, nem de armas, nem mesmo de terrorismo. A nossa contribuição à relação Brasil-Estados Unidos é positiva", afirmou.