COP 16 ? É cara ou coroa?

Por Gazeta Admininstrator

Há um ano, assistimos a realização da COP 15 em Copenhaguen, para quem não sabe, a COP é uma Conferência das Partes (países) sobre as mudanças climáticas. Infelizmente, a COP 15 foi marcada por pouquíssimos resultados a favor do meio ambiente, tornando-se em um palco para grupos de países em defesa de interesses multilaterais.

Além do ambiente de debate entre as partes, do lado de fora, convidados foram barrados e diversas pessoas (ambientalistas, artistas, pesquisadores, estudantes, e pessoas comuns) foram presas. Até o momento presente, ações positivas contra o aquecimento global têm crescido graças a entidades sociais, comunidades e empresas conscientes, mas sempre de maneira regional. O mundo ainda carece de um sentido unitário e global a favor do meio ambiente.

Mesmo que você seja cético e não acredite que os GEF´s (Gases de Efeito Estufa) não estejam contribuindo para o aquecimento global, vale lembrar que se todo o mundo consumisse igual a países como a China e os EUA, teríamos que inaugurar um lixão na lua e um centro de produção em Marte para mantermos o alto padrão consumista. Portanto, consumir é necessário, mas precisa de novas direções de produção e consumo.

Neste ano, entre os dias 29 de novembro e 10 de dezembro, teremos a COP 16, em Cancún, México, e, antes de ser iniciada, já divide opiniões. As positivas se baseiam sobre os avanços produzidos pela COP 10 da biodiversidade realizada em outubro de 2010, no Japão, cujo acordo prevê proteção à biodiversidade em nível global. As opiniões pessimistas se baseiam na falta de êxito das reuniões de Kyoto e das últimas Conferências das Partes sobre as mudanças climáticas. A crise econômica norte-americana e a necessidade de manutenção de crescimento da economia chinesa são,
popularmente, pontos chaves para barrar novas ideias a favor do meio ambiente, parece que essas reuniões viraram Copa do Mundo do Meio Ambiente, onde os países competem pelo discurso mais bonito, de olho nos finalistas: EUA x China.

Sabemos que nestes dois países, regionalmente, há bons projetos de coleta de lixo, reciclagem e educação ambiental (assim como em outras nações), mas em nível de mudanças na macroeconomia, na macrogeração de energia e no macroconsumismo, os países (em nível global) temem que a inicialização de uma revolução verde no planeta freie ganhos financeiros, inverta as hierarquias sociais e desperte o mundo do controle social e econômico no qual o homem e a natureza estão subjulgados, um sistema de mundo alimentado por um modelo poluidor e empobrecedor que prejudica o respeito à vida, à qualidade de vida, e ao trabalho digno.

Fernando Rebouças é desenhista e escritor. Formado em propaganda e marketing; pós-graduando em produção editorial. Site: www.oiarte.com.

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