Cores, formas e relevo com jeitinho brasileiro

Por Gazeta Admininstrator

Em óleo, aquarela ou papel maché, o artista plástico brasileiro Régis Silva é dono de um trabalho comumente reconhecido pela influência de clássicos talentos como Picasso, Miró, Dali e Chagal, mas com uma inconfundível brasilidade. A obra, em exposição pemanente no tradicional Hotel Des Artes, em San Francisco, garantiu a ele a indicação para o Press Award 2006 como melhor artista na categoria Artes Plásticas.

Nascido na cidade de Paraíso, na região Centro-Oeste do Brasil, Régis começou a pintar aos 16 anos. Auto-didata, não tinha acesso ao trabalho de grandes artistas e aprendeu cedo a descobrir o próprio estilo. Hoje ele se diz surpreso com a comparação de sua arte à de grandes nomes. “Me senti muito lisonjeado, e depois que passei a conhecer o trabalho deles passei a aprender mais. Mas sempre que tento seguir linha deles, acabo voltando para o meu estilo”, comenta.

Em geral, a obra do artista é reconhecida também como inovadora, uma vez que supera os limites da tela. Algumas das obras de Régis têm mais de 3 metros de altura, com relevos de mais de 1,5 metros.

A essas ele chama de telas em terceira dimensão. “Algumas, até certo ponto são intimidadoras, como mulheres com seios muito volumosos saindo da tela. A reação do público é variada. Algumas pessoas sentem-se ofendidas, outras riem sem parar”, diz Régis.

Nas escultras, que batiza como pinturas esculturais, ele tem investido mais recentemente na série sobre orixás afro-brasileiros. A série será composta por 18 orixás, que estão entre os 25 mais conhecidos nas religiões de influência africana.

Paralelamente ele dedica parte do tempo à conclusão do livro que contará a mitologia dos orixás, resultado de uma pesquisa de cinco anos sobre o tema na literatura cubana, mexicana, haitiana, africana e brasileira. “Estou tentando identificar uma seqüência que relacione cronologicamente os principais orixás. Esse é um trabalho inovador porque cada uma das culturas conta uma história diferente, e até hoje não é sabida qual é a relação entre um orixá e outro”, detalha o artista.