Dizem que no Corinthians não existe segredo. Mas não é bem assim. Um deles durou um ano e dois meses. E só está sendo desvendado agora, pela Agência Estado. O zagueiro e lateral Filipi Alvim, contratado por empréstimo do Acadêmica de Coimbra-POR, fez sua última partida em 21 de novembro de 2004.
Contra o Cruzeiro, no Mineirão, ele caiu, sem conseguir respirar. O árbitro Wagner Tardelli autorizou a entrada do médico Paulo Farias. Wendell entrou no lugar do então titular corintiano e nunca mais Filipi Alvim voltou a jogar. Nem pelo Corinthians, nem por ninguém.
“Nós diagnosticamos uma miocardiopatia. Ele tem uma arritmia muito forte que não passa enquanto ele faz esforço físico. Ele foi afastado por problema cardíaco. Não vou mentir. Não sei se ele voltará a jogar um dia. Infelizmente”, revela o médico Paulo Farias.
Filipi Alvim foi vítima de erro médico. Jogando pelo Acadêmica de Coimbra, ele chegou a desmaiar em campo. A falta de ar enganou os médicos portugueses. Eles diagnosticaram como asma. O jogador mesmo acreditou que tivesse asma. Tanto que tomava o remédio Singulair, sem necessidade.
“Fizemos um exame muito mais detalhado e descobrimos que o problema era coração. Eu tive esperança porque o Cris e o Fernando Baiano tiveram problemas parecidos e resolvemos com cateterismo e radiofreqüência. Mas com o Filipi não teve jeito”.
O jogador preferiu o silêncio. Afastou-se do Corinthians. Rescindiu o seu contrato com o Acadêmica em maio de 2005. A imprensa portuguesa ainda noticiou asma crônica como motivo da sua saída.
A quatro dias de completar 27 anos, Felipi Alvim está em Juiz de Fora (MG), cursando Educação Física. Não atendeu várias ligações da Agência Estado. Mesmo sem vínculo com o Corinthians, ele vem se consultar no hospital Dante Pazzanese, em São Paulo, com Paulo Farias. “Vou cuidar dele enquanto eu estiver vivo”. O Corinthians estréia no Paulista nesta quarta-feira contra o Noroeste, às 15h30, em Bauru.
