Corrida contra o tempo: brasileira busca doador

Por Gazeta News

2 ana almeida - foto de Martha Sachser

A rotina da mineira Ana Almeida, de 36 anos, desde que foi diagnosticada com leucemia pela segunda vez, no dia 2 de abril, tem sido mais dentro do hospital do que fora. Ana acaba de passar por duas sessões de quimioterapia, o que significa seis aplicações cada, seguida por um mês de internação para a recuperação. “Desde que comecei esse tratamento, passei somente duas semanas em casa, entre a primeira e segunda sessões”, disse ela, que se prepara para a próxima sessão. “Mas a quimio tem sido somente para ‘acalmar a fera’, pois esse câncer se espalha com muita facilidade, mas não é para acabar com ele. Está sendo muito forte e os médicos disseram que não posso passar por mais muitas sessões”.

Ou seja, Ana corre contra o tempo. Natural de Uberlândia, ela vive nos Estados Unidos desde 1999, em Gainesville, na Virgínia. Ana é casada com um americano que conheceu quando se mudou para os EUA, com quem tem duas filhas, Natália, de 3 anos, e Nina, de um ano.

Em 2012, Ana já havia sido diagnosticada com um tipo de leucemia rara, quando estava grávida de Nina, com 34 semanas de gestação. Foi feita uma cesariana e Ana iniciou as sessões de quimioterapia três dias após o parto. “Graças a Deus, Nina tem uma boa saúde e não ficou com problema algum”, disse a mãe.

Depois de um tratamento intenso, o caso de Ana foi considerado em remissão, em agosto do ano passado. Até que, no final de março, ela ficou com uma enxaqueca forte por cinco dias e foi ao médico. Foi então que Ana foi diagnosticada com um novo tipo de leucemia. “Descobri que existem vários tipos de leucemia. Estou com um tipo chamado AML, do qual existem seis subtipos diferentes”, explica. “É uma alteração do cromossomo em decorrência do meu tratamento no ano passado”.

Agora, segundo os médicos, a vida de Ana só pode ser resolvida com um transplante de medula óssea e o doador tem que ser encontrado o quanto antes.

Fundação Icla da Silva A cada quatro minutos, uma pessoa é diagnosticada com leucemia no mundo e as chances de encontrar um doador de medula óssea na família é muito difícil, segundo a Fundação Icla da Silva. “Somente através de irmãos essa chance é mais provável, mas também é difícil”, diz Priscilla Panizza, da fundação.

A etnia é um dos fatores mais determinantes para encontrar um doador compatível para cada paciente, motivo pelo qual, em junho, Ana buscou a ajuda da Fundação, que se concentra há 21 anos, no encontro de doadores de outras etnias nos Estados Unidos, através de um banco de dados nacional para encontro de doadores, chamado Be The Match (bethematch.org).

Apelo à comunidade brasileira “No banco de dados do Be The Match, existem 105 milhões de doadores, dos quais apenas 10% são hispânicos e latinos”, explicou Priscilla. “Por isso, Ana só tem chances de encontrar um doador dentro desses 10%, motivo pelo qual precisamos que o maior número de brasileiros entre no banco de dados”.

A Fundação abriu duas contas especiais em honra à Ana, mas caso a pessoa que se registre não seja compatível com ela, fica no banco de dados para outros pacientes. Os links são:  http://join.marrow.org/saveana ou http://join.bethematch.org/saveana. “Caso se encontre um doador, o corpo regenera o que for retirado”, explicou Priscilla.

É possível se cadastrar através de eventos especiais por região, ou através de envio de kits por correio. Para mais informações, acesse: www.icla.org e a página do Facebook: www.facebook.com/Anaprecisadevoce.

Confira o vídeo de apelo de Ana