Cresce número de mortes e hemorragia por uso de canabinoides sintéticos nos EUA

Por Arlaine Castro

marihuana_spice flickr
[caption id="attachment_164575" align="alignleft" width="354"] K2 ou Spice são as drogas sintéticas mais consumidas nos EUA. Foto: flickr.[/caption] Pelo menos três pessoas morreram após ter relatado o uso de canabinoides sintéticos na região de Chicago e no centro de Illinois – que vive um surto da doença-, de acordo com comunicado do Illinois Department of Public Health (IDPH). Segundo o órgão, 114 pessoas apresentaram efeitos graves após relatar o consumo dessas substâncias que são de 80 a 100 vezes mais potentes do que a maconha e provocam, além de morte, efeitos colaterais graves como graves sangramentos por tosse, urina, nariz e gengivas. "Vemos que o número de casos continua aumentando", disse o diretor do IDPH, Dr. Nirav D. Shah. "O IDPH não sabe quanto o produto pode estar contaminado, ou onde está circulando. Pedimos a todos veementemente que não usem canabinoides sintéticos." A nota divulgada pelo departamento disse que encontrou, em algumas amostras, traços debrodifacoum– substância extremamente tóxica e usada como veneno de rato. No mercado, são vendidos sob os nomes de K2 e Spice. Produtos da maconha sintética são ilegalmente vendidos como ervas fumáveis ou para vaporização que são borrifadas com químicos destinados a legalmente imitar os efeitos da maconha tradicional. Overdose por uso de droga com repelente que causa efeito zumbi aumenta nos EUA Entretanto, apesar do nome parecido com a cannabis – gênero que inclui três variedades diferentes da planta, asativa, aindicae aruderalis–, os canabinoides sintéticos são substâncias produzidas em laboratório e usadas para consumo ilícito. O professor da Universidade Clemson, John W. Huffman, foi quem iniciou na década de 90 as pesquisas para a maioria dos canabinoides sintéticos que são usados como entorpecentes nos dias de hoje. Ele criou uma série de estruturas para tentar ajudar no tratamento de HIV, câncer, esclerose múltipla. No final, nenhuma delas foi usada para a medicina, mas passaram para o mercado ilegal das drogas. São dezenas de fórmulas, algumas proibidas e outras ainda não detectadas. Epidemia Overdose de remédios diminui expectativa de vida nos EUA De acordo com umalertaemitido pelo Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), pelo menos quatro outros estados – Indiana, Maryland, Missouri e Wisconsin – identificaram cinco pacientes que visitaram hospitais com sintomas semelhantes na semana passada. As autoridades de saúde lutam e pedem ao governo investimento para que não vire mais uma epidemia como a que os EUA já enfrentam com o uso de opioides. Os Estados Unidos lutam contra a crise pelo aumento no número de mortes pelo consumo de drogas e opioides – remédios controlados- cujo índices se tornaram uma epidemia no país, com mais de 60 mil mortes por ano. O presidente Donald Trump anunciou em março um plano nacional para combater as drogas e frear sobretudo o consumo de opioides - A proposta apresentada por Trump, durante um evento em New Hampshire, inclui medidas para restringir a venda de remédios derivados do ópio, custeio de tratamento para dependentes e a ideia de implementar a pena de morte para traficantes.