Analistas norte-americanos alertaram para o "risco global" da metanfetamina durante encontro internacional sobre narcóticos realizado no Canadá.
O representante do DEA, o departamento do governo norte-americano para o combate ao uso de drogas, Karen Tandy, informou que atualmente a quantidade de usuários globais de metanfetamina já é maior que a soma dos usuários de cocaína e heroína.
A metanfetamina, ou cristal meth, como também é conhecida, é um estimulante extremamente viciante que induz à euforia, porém que também pode vir a causar depressão e comportamento agressivo.
A droga vendida sob a forma de pó, tabletes ou cristais é uma variante da anfetamina com efeitos mais potencializados.
Tandy disse na 24ª Conferência Internacional de Combate às Drogas, realizada em Toronto, que drogas sintéticas como o ecstasy e a metanfetamina estão se tornando um fenômeno global.
"O tráfico de metanfetamina e o movimento das substâncias químicas usadas em sua fabricação são uma crescente ameaça global", acrescentou.
"Mais de 26 milhões de pessoas em todo o mundo usam anfetaminas - principalmente metanfetaminas."
Exportações
Tandy deu como o exemplo um laboratório na Indonésia, investigado no último mês de novembro, com registro de exportações para Hong Kong, Tailândia, Cingapura e EUA.
Gangues também estariam vendendo a droga dos EUA para o Japão, informou.
Os componentes químicos da metanfetamina também estão sendo vendidos no mercado negro da Índia e da China através de outros países.
O neurocientista Paul Thompson, da Califórnia, que estuda os efeitos da droga, disse ao programa divulgado pelo World Today, da BBC, que o crescente uso da droga poderia levar a um aumento de crimes violentos.
"Nós sabemos que muitas das pessoas presas em Los Angeles – cerca de 40% – estavam sob o efeito de metanfetaminas", disse ele.
"Nós estamos preocupados porque esta droga está se espalhando pelos Estados Unidos e por outros países, o que poderia levar a um aumento maciço de crimes violentos."
