Como criar filhos responsáveis

Por Adriana Tanese Nogueira

Vivemos em tempos sombrios com relação à educação das crianças. Pais não têm tempo ou ferramentas para lidar com crianças que crescem sob a influência da mídia, YouTube, Instagram e Facebook. O dia passado longe, preenche cada um com pensamentos, preocupações e desejos diferentes. A comunicação muitas vezes se reduz à administração imediata das necessidades do dia-a-dia. Na ausência de tempo de qualidade, os pais dão coisas materiais aos filhos, criando neles novas dependências e mais confusão a cerca de valores e prioridades. Esgotados física e emocionalmente, eles não têm condições para brigar em casa para que os filhos façam o que deveriam e assim cedem... Rubem Alves, teólogo protestante, poeta e escritor, enumerou “sete regras para criar um filho responsável”. Vejamos quais são. 1. Seja o modelo Teus filhos imitam o que você é, não o que fala. Infelizmente, há pais que não se dão conta de transmitir mensagens conflitantes, pois tem de si uma visão ideal e não veem o real que mostram aos filhos. Prova disso é ver como seus filhos agem. Lembrando aqui que as crianças pegam não só os comportamentos manifestos, mas também aqueles conteúdos interiores ligados a problemáticas relacionais e emocionais. Portanto, atenção: o comportamento das crianças tem sempre uma razão de ser. Que souber procurar, encontrará. 2. Peça que todos participem das tarefas do lar Mães, essa é com vocês. Que tenham faxineira ou não: todos os habitantes de uma casa precisam saber cuidar dela. E, vale para os maridos também, viu? Na mente de uma criança pré-estereotipada se alguém não faz... por que ela deveria fazer? 3. Ensine seu filho a cuidar do que é dele Cuidar do que é nosso é uma prática que ensina, espelha e/ou expressa o cuidar de si como pessoa. Uma pessoa emocional e mentalmente organizada tem controle sobre as próprias coisas, não as perde por aí. 4. Mostre que é preciso cuidar do que é de todos Cuidar do que é de todos é a base para um mundo melhor: significa ruas limpas de lixo, por exemplo. O “de todos” começa na casa em que moramos. Outros quartos, sala, cozinha, banheiro compartilhado... Tudo é responsabilidade de cada um e de todos juntos. Cuidar do que é de todos dá é um bom remédio contra o egoísmo e egocentrismo. 5. Saiba quais são as tarefas para cada idade Obviamente, é importante saber o que cada idade pode fazer. Um mínimo de conhecimento do desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças é indispensável. Se sobrecarregarmos uma criança obteremos o efeito oposto, se a soltarmos demais teremos surpresas difíceis quando ela for adolescente. 6. Não faça pelo seu filho o que é tarefa dele Tem dó de seu filho? O acha incapaz? Cuidado. Não transmita essa mensagem. Se você estiver pensando assim se pergunte o porquê disso. Confira se não está projetando sua própria infância, sua criança ferida e frustrações nele. Seu filho é diferente de você. Olhe para ele com a tranquila certeza de que ele pode e que os mimos hão de ser superados para o bem de todos, em primeiro lugar de seu filho. 7. Converse com seu filho e estabeleça regras Ah, as regras! O que faríamos sem regras de trânsito? Já pensaram? Seria o caos. Regras servem para evitar o caos, para ajudar no funcionamento das coisas. Somos muitos, há muita coisa a fazer. é preciso priorizar, organizar, seguir um roteiro, definir limites e podar o que não serve. Está pronto? E sobretudo está pronto a você mesmo seguir as regras e ser modelo?