Crise alimenta xenofobia no mercado de trabalho

Por Gazeta Admininstrator

Do Congresso aos movimentos populares, ativistas anti-imigração encontram na recessão dos EUA um prato cada vez mais cheio para aumentar seus protestos. E, embora os slogans não sejam inéditos, o novo contexto econômico oferece a cultura ideal para a proliferação de ecos perigosos, dizem analistas.

Veio do Congresso o exemplo mais recente da pressão. Quando a Microsoft anunciou no último dia 22 que demitiria mais de 5.000 por causa da crise, o senador republicano Chuck Grassley, de Iowa, escreveu uma carta à empresa pedindo que seu executivo-chefe dispensasse primeiro trabalhadores estrangeiros com visto H-1B (de trabalho qualificado temporário).

"A Microsoft tem uma obrigação moral de proteger os trabalhadores americanos ao priorizar seus empregos durante esses tempos difíceis", disse.

Organizações civis seguem na mesma linha. A Coalizão para o Futuro do Trabalhador Americano (CFAW), que reúne grupos anti-imigração, iniciou, este ano, uma campanha de TV associando o desemprego aos trabalhadores estrangeiros, como os com o visto H-1B.

"No ano passado, 2,5 milhões de americanos perderam seus empregos", diz o comercial. "Ainda assim, o governo continua a trazer para os EUA 1,5 milhão de estrangeiros por ano para pegar os postos de trabalho americanos. Será o seu emprego o próximo?", diz o texto da campanha.