Crise desacelera exportações latino-americanas, avalia Cepal

Por Gazeta News

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A recessão em países da União Europeia, o baixo crescimento norte-americano e a diminuição do ritmo da economia chinesa contaminaram as exportações dos países latino-americanos em 2012, avalia a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). O comércio internacional na região avança, mas em uma marcha bem menor do que em anos recentes. As informações são da “Agência Brasil”.

Segundo o Panorama de Inserção Internacional da América Latina e Caribe, divulgado no México e no Brasil, no início da semana, a taxa de crescimento das exportações teve uma redução brusca: caiu de 23,3% (em 2011) para 4,1% (no primeiro semestre de 2012). A crise também desfavoreceu as importações, que desceram da taxa de crescimento de 21,7% para 6,2% (com projeção de desacelerar a 3% até o final do ano).

No caso brasileiro, a imagem não é redução de marcha, mas de efetiva freada. A taxa de crescimento das exportações foi 26,8% em 2011 e no primeiro semestre deste ano foi 0,9% negativos. Segundo o diretor do escritório da Cepal no Brasil, Carlos Mussi, a queda de exportações é “generalizada em termos de destino e produtos brasileiros”.

A redução das importações no Brasil também foi aguda, mas não tão brusca: baixou do patamar de 24,5% em 2011, para 4,6% no primeiro semestre de 2012.

Mussi diz que além das medidas protecionistas e da crise econômica mundial, a importação pode ter caído por causa da desvalorização cambial. Ele estima que, em um ano, o dólar tenha se desvalorizado em 25%, o que encarece produtos estrangeiros (como automóveis, que também sofreram com a tributação e a isenção de impostos para produtos nacionais).

Uma das alternativas apontadas pela Cepal seria aumentar a integração regional e o comércio entre os países da região. A economia interna de países populosos como Brasil, México e Argentina é apontada pela Cepal como recurso importante para diminuir o impacto da crise econômica mundial.

Conforme projeção da comissão, a América Latina terá um peso maior no crescimento econômico do que a Europa Ocidental entre 2011 e 2017. Nesse período, os países latino-americanos irão contribuir com 8,3%; enquanto os europeus com 8%. A China contribuirá com 28,8% e os Estados Unidos (junto com Canadá) com 15,2%.