Crise imobiliária faz mais "vítimas"

Por Gazeta Admininstrator

Os órgãos reguladores federal e do estado da Flórida fecharam o First Priority Bank, o oitavo banco dos Estados Unidos a falir este ano. A Corporação Federal de Seguros de Depósitos (FDIC) dos EUA disse que os depósitos assegurados do First Priority - banco com sede em Bradenton, Flórida - serão adquiridos pelo SunTrust Banks através de um acordo de compra. O SunTrust também comprou $ 42 mi-lhões dos ativos do banco falido, incluindo dinheiro, equivalente em dinheiro e ativos.

Separadamente, o FDIC disse que alcançou um acordo com uma unidade do Beal Bank Nevada para comprar $ 14 milhões em ativos do First Priority.
O FDIC disse que o First Priority tinha ativos no valor total de $ 259 mi-
lhões até 30 de junho, assim como depósitos no valor total de $227 milhões. No momento do fechamento, o banco tinha aproximadamente $13 milhões em depósitos não assegurados em cerca de 840 contas, que podem exceder o limite de depósitos assegurados do FDIC. O órgão federal disse que os números dos depósitos não assegurados podem mudar conforme recebe mais informações dos clientes do banco.

Construtora
A construtora WCI Communities, presidida pelo multimilionário Carl Icahn, apresentou às autoridades federais pedido de concordata (proteção à falência) conhecido nos EUA como Chapter 11, depois de não conseguir um novo financiamento para melhorar a saúde financeira da empresa que perdeu cerca de 90% de seu valor de mercado. A empresa tem sede na Flórida.
A empresa une-se, agora, a mais de uma dúzia de construtoras que apresentaram pedido de falência, ou concordata, no último ano, nos Estados Unidos, em conseqüência da crise imobiliária.

De acordo com o pedido, a WCI Communities possui ativos (patrimônio) de $2.180 milhões e uma dívida quase equivalente, de $1.920 milhões.
A WCI iniciou suas antividades em 1946 e, há um ano, levou à sua presidência Carl Icahn, executivo magnata que já esteve à frente de empresas como Motorola e Yahoo, e que é o maior acionista da WCI, com uma participação de, aproximadamente, 14,5%, segundo a agência especializada em economia Bloomberg.

A empresa anunciou sua intenção de continuar vendendo, construindo e desenvolvendo novos empreendimentos, apesar da solicitação de concordata.

Plano de socorro
O presidente George W. Bush, assinou um vasto plano de salvação do setor imobiliário, apresentado como o mais ambicioso em uma geração, que vai socorrer devedores e organismos de refinanciamento hipotecário.

- Estamos impacientes para instaurar novas autoridades para melhorar a confiança e a estabilidade dos mercados e fornecer uma melhor vigilância para Fannie Mae e Freddie Mac, os dois gigantes do refinanciamento hipotecário - acrescentou o porta-voz da Casa Branca, Tony Fratto.

Ele indicou que a administração fede-ral começará a adotar novas políticas para que mais famílias americanas possam continuar em suas casas.
Resultado da mais grave crise do imobiliário desde a Grande Depressão de 1929, o plano foi elaborado, em princípio, para ajudar os devedores enforcados por suas prestações, elevando principalmente o teto dos empréstimos imobiliários que podem obter uma garantia pública.

$330 bilhões
Cerca de $300 bilhões de empréstimos imobiliários devem ser garantidos pelo Estado para dar fôlego aos devedores porque as taxas de juros fixas em 30 anos estão em seu nível mais elevado em um ano.

Além disso, $3,9 bilhões devem ser concedidos aos grupos locais para recomprar e reabilitar os imóveis penhorados, o que a Casa Branca não queria aprovar no início.

O plano, que foi adotado pelo Congresso, visa resgatar o setor imobiliário, que está passando por uma desaceleração, com o número de vendas e os preços caindo muito.

No País, os preços das casas registraram queda recorde em maio, de 15,8% em um ano, segundo o índice S&P/Case-Shiller, calculado com base nos imóveis das 20 maiores aglomerações americanas. Esse foi o 17º mês consecutivo de baixa para este índice.

O penhor imobiliário continua se multiplicando: no segundo trimestre, elas estavam em alta de 14% em relação ao trimestre anterior e, em um ano, elas subiram 121%.

No total, 2,2 milhões de procedimentos de penhora foram lançados, em 2007, segundo o gabinete RealtyTrac.

“Atrás de cada um destes dados, há uma família, uma mãe, um pai e crianças tentando enfrentar o desemprego e a perda de suas casas”, declarou sábado o senador democrata Chris Dodd, pouco antes da adoção deste plano pelo Senado.

O texto prevê também o resgate de Fannie Mae e Freddie Mac que passaram perto da falência no início do mês.