Crise na Argentina provoca greve geral e renúncia

Por Gazeta News

mundo-greve-argentina Damian Dopacio Noticias Argentinas AFP
[caption id="attachment_173144" align="alignleft" width="320"] Foto: Damian Dopacio/Noticias Argentinas/AFP.[/caption] A crise na Argentina levou à quarta greve geral contra a política econômica do governo deMauricio Macri e também à renúncia do chefe do banco central do país. Tudo isso acontece nesta terça-feira, 25, e paralisa transportes e serviços em todo o país. O chefe do banco central da Argentina pediu demissão em meio a relatos de uma discussão sobre políticas para restaurar a confiança na economia em crise do país. Luís Caputo ocupava apenas o cargo desde junho, e a surpreendente demissão fez o peso cair ainda mais em relação ao dólar americano. Convocada pela principal central sindical daArgentina, a paralisação desta terça-feira está afetando pelo menos 15 milhões de pessoas que utilizam o transporte público. O funcionamento de ônibus, metrô e trens está paralisado. Desde o final da tarde de ontem, as seis linhas do metrô de Buenos Aires estavam completamente paralisadas, aderindo a greve e não funcionarão novamente até amanhã. Geralmente lotadas por engarrafamentos, as ruas de Buenos Aires possuíam um pequeno tráfego e, no centro da cidade, as buzinas e os ruídos do motor eram substituídos pelo silêncio, informa a Reuters. Na região de Rosário, onde está localizado o maior polo agro-exportador da Argentina, os embarques de grãos e derivados foram interrompidos pelo protesto dos trabalhadores. Reflexo internacional Nos aeroportos, empresas comoAerolíneas Argentinas e Latam já anunciaram o cancelamento de todos seus voos domésticos, por isso sugeriram aos clientes que reprogramem suas viagens. Não há transporte de caminhões, bancos, comércios, escolas, universidades e repartições públicas foram fechadas. No Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Zona Norte do Rio,foram cancelados 12 voos. De acordo com o RioGaleão, voos das companhias áreas Gol, Aerolineas Argentinas e Latam, que fariam o trajeto entre Rio e a capital Buenos Aires foram afetados. Em São Paulo (aeroporto de Guarulhos), quatro voos da Aerolineas que partiriam da capital argentinatambém foram cancelados. A aérea também desmarcou quatro partidas de Guarulhos para Buenos Aires nesta terça-feira. Nos hospitais públicos do país, devem funcionar os serviços mínimos para emergências. Os serviços de coleta de lixo e postos de combustível também serão afetados pela paralisação. Apesar de realizarem operações, espera-se um dia com pouca atividade nos mercados financeiros já que os bancários também se comprometeram com a greve. Arenúncia do presidente do banco central, Luis Caputo, anunciada nesta terça-feira também afeta os mercados. O dólar era negociado em alta de mais de 2%, ao redor de 39 pesos. A expectativa é que até sexta-feira, 28, haja o anúncio de um novo acordo financeiro com o FMI. Em entrevista para a Bloomberg TV na segunda-feira, 24, Macri disse que o país estava perto de atingir um acordo final com o FMI, e que havia "chance zero" de que a Argentina daria default em sua dívida externa no próximo ano. Sobre a renúncia, o ex-presidente do Banco Central disse em comunicado que saiu por motivos pessoais e será substituído pelo vice-ministro da Economia, Guido Sandleris. A Argentina está finalizando um resgate de US $ 50 bilhões do Fundo Monetário Internacional. Com o país em recessão, taxas de juros em 60% e o peso em queda pela metade este ano, o país precisa do empréstimo do FMI para reforçar a confiança na economia. A greve contra o governo foi convocada no momento em que o presidente está em Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU e se reunir com investidores para tentar transmitir confiança. Com informações de Agências internacionais.