Crise se agrava - Negócios & Empresas

Por Marcelo Mello

Semana passada foi fechado um acordo comercial monstro, envolvendo 11 países, acho que todo mundo leu isso. Esse tipo de acordo é excelente para a economia dos países envolvidos. Os pequenos crescem e os grandes se fortalecem. O Brasil, claro, o nanico tupiniquim, ficou de fora. Pior do que recusar é nem ter sido convidado. Mas se fosse, recusaria. Por quê?

Bem, porque nosso país é administrado por um governo safado e populista. Não posso deixar de mencionar que há ainda um certo viés nacionalista que só provoca o atraso. Isso vem lá dos militares. Impossível esquecer que o Geisel criou nada menos do que 172 empresas estatais. Uma coisa absolutamente sem sentido. Governos não têm que ter empresas.

O Brasil está caminhando a passos largos para se transformar numa espécie de África Central. Vamos nos tornar em breve – se nada for feito – um país esquecido. Na verdade, já ficou para trás, a imprensa internacional e boa parte da nacional é que insistem em ainda nos colocar no patamar dos países em desevolvimento. Desde que me conheço por gente, escuto isso. Só que o tal do desenvolvimento nunca chega, porque as coisas só pioram por lá.

A crise se agrava e nada está sendo feito. Um lado só pensa em salvar seu poder e o outro lado só pensa em se dar bem politicamente com essa confusão toda. Como já disse, nada mais justo, uma vez que o Brasil inventou a ‘Sociedade do Eu’.

Voltando à economia, conversando com um amigo, dono de uma rede de lojas que é especializada em roupas íntimas femininas, fiquei estarrecido com o que ouvi. A loja dele é famosa, vende artigos de luxo, está bem posicionada no mercado e presente nos melhores shoppings. Pasmem, na quarta-feira da semana retrasada a loja situada no Shopping Morumbi, em São Paulo, vendeu apenas uma peça! Imaginem, um dia inteiro de trabalho para faturar R$ 223,00.

Inevitavelmente, ele me pediu ajuda, perguntando o que fazer. Bem, sou adepto do uso da empatia, pois entendo que fazendo uso da capacidade de nos colocar no lugar do outro, estruturamos melhor nossos egos e, por consequência, nossa posição na sociedade. Assim sendo, ao me colocar em seu lugar, ainda que imaginariamente, bateu um desespero. Pois é, “o que fazer?”, perguntou-me ele...

Não sou dono da verdade, muito menos tenho soluções para tudo, mas via de regra tenho respostas ou as busco nas profundezas da mente e de minha experiência a fim de ajudar quem quer que seja. Fiquei calado desta vez. Não soube o que dizer a ele.

Há momentos em que nada podemos fazer, afinal, todas as coisas nessa vida dependem umas das outras. O que meu amigo está vivendo nesse momento não é de sua responsabilidade. Ele, assim como tantos outros, sofre as consequências de um dia termos colocado no poder um analfabeto que nunca trabalhou e se interessava apenas em fazer fortuna pessoal. Ele foi bem sucedido, já as pessoas sérias...