Trump reitera a proibição da entrada de todos os muçulmanos nos EUA

Por Gazeta News

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O pré-candidato republicano Donald Trump reiterou a proposta de proibir a entrada de todos os muçulmanos nos Estados Unidos, apesar das várias críticas de seus rivais conservadores, dos democratas, de analistas e da imprensa americana. Ao mesmo tempo, muçulmanos do Paquistão e Indonésia acusaram Trump de uma pessoa preconceituosa que promove a violência.

Tahir Ashrafi, o chefe do Conselho Ulema, o maior conselho de clérigos muçulmanos do Paquistão, disse que os comentários de Trump promovem violência. "Se algum líder muçulmano diz que há uma guerra entre cristãos e muçulmanos, podemos condená-lo. Então, por que não deveríamos condenar um americano se ele diz isso?"

Mesmo com o repúdio vindo de diversos lados, Trump deu várias entrevistas às principais emissoras de televisão para defender sua proposta, lançada no dia 7 por sua campanha, de impor um bloqueio "completo e total" à entrada de muçulmanos no país até que as autoridades "investiguem o que está passando".

Em entrevista à "ABC", o polêmico magnata disse que a medida seria "temporal". "Estamos em guerra", reiterou Trump. Já na "CNN", o pré-candidato republicano fez críticas ao presidente dos EUA, Barack Obama, de não ver a gravidade da situação.

Ele previu que haverá vários outros atentados terroristas como o de 11 de setembro de 2011 "se isso não for resolvido".

"Há pessoas que querem explodir nossos edifícios, nossas cidades", alertou o magnata, que lidera a maioria das pesquisas de intenções de voto para a corrida republicana à Casa Branca.

A proposta de Trump foi feita depois do tiroteio da semana passada na cidade de San Bernardino, na Califórnia, realizada por um casal supostamente seguidor do Estado Islâmico (EI) e no qual morreram 14 pessoas.

Além disso, após os atentados terroristas do dia 13 de novembro em Paris, que provocaram 130 mortos, Trump propôs criar uma base de dados para monitorar todos os muçulmanos dos EUA, mas desistiu da ideia na sequência.

Crítica dos muçulmanos

"É uma declaração tão absurda que nem sequer desejo reagir a ela", disse Asma Jahangir, uma proeminente advogada defensora de direitos humanos no Paquistão. "Esse é o pior tipo de fanatismo misturado com ignorância. Eu imaginei que alguém que está esperando se tornar presidente dos Estados Unidos não quisesse competir com um mulá de mente criminosa ignorante do Paquistão, que condena pessoas de outras religiões... Embora não sejamos tão avançados quanto os Estados Unidos, nós nunca elegemos esse tipo de pessoa no Paquistão”.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros indonésio, Armanatha Nasir, disse que seu governo não iria comentar as campanhas eleitorais em outros países, acrescentando que a Indonésia já deixou clara sua posição sobre o terrorismo.

"Como o país com a maior população muçulmana do mundo, a Indonésia afirma que o Islã ensina a paz e a tolerância", disse ele à Reuters. "Atos de terror não têm nenhuma relação com qualquer religião ou país ou raça."