Crônica: Mentiras, traição e a redescoberta

Por Rosana Brasil

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Afrânio, psiquiatra de renome, não conhecida a essência do sentimos de desespero e ansiedade, no entanto, eram sentimentos que ele iria conhecer profundamente antes de começar o processo de descoberta e reconciliação.

Em 199,7 um amigo introduziu Afrânio para sua esposa, Catarina. Por quem se apaixonou perdidamente e, depois de um breve namoro, eles se casaram em uma cerimônia simples, rodeados de amigos e familiares. Afrânio trabalhava intensamente para prover sua família do melhor que o dinheiro pudesse oferecer. Afrânio tinha a convicção de que seu esforço seria reconhecido como prova de amor e dedicação. No entanto, a partir do momento que Afrânio passou a se dedicar mais ao trabalho, ele também passou a ficar mais tempo longe da família. Com o tempo, os pedidos de Catarina por atenção e carinho passaram a ser ouvidos como críticas e drama, e não como súplica de carinho.

Catarina se sentia rejeitada, e Afrânio se sentia julgado, criticado, incompreendido. Afrânio considerava Catarina demasiadamente carente e exigente. Catarina se sentia como mãe solteira, totalmente responsável pela educação das duas filhas. Com o passar dos anos, a paixão, o companheirismo e a confiança foram substituídos pela frustração, desconfiança e pela falta de compreensão.

Afrânio viajava muito. Numa das viagens, ele encontrou Iolanda. Afrânio, estava convencido de que Iolanda, apesar da idade, 26 anos, era madura e responsável, pois trabalhava no seu próprio negócio durante o dia, como acompanhante de executivos, e nos clubes de “strip tease” à noite, para pagar suas contas de cartão de crédito. Para Afrânio, Iolanda representava erotismo, liberdade, vitalidade e a possibilidade de sentir vivo e desejado. Ele acreditava que ele poderia misturar romance com trabalho e com isso ter um álibi para viajar em companhia de Iolanda sem despertar suspeitas. Afrânio contratou Iolanda como sua secretaria pessoal. Ele estava seguro que desde que se ele mantivesse o padrão de vida de sua família, ninguém iria se machucar, ninguém tinha de saber, e todos ganhariam. Mas ele estava errado.

Catarina sentiu que algo estava errado e passou a observar com atenção o relacionamento profissional entre Afrânio e Iolanda. A medida que a desconfiança aumentava, mais Afrânio negava, ate que Catarina encontrou provas. Afrânio tentou negar, mas as evidencias foram suficientes para que concordasse em deixar a casa para evitar mais argumentos com Catarina. Com a separação, o relacionamento com Iolanda prosperou, mais foi por pouco tempo. A ilusão de que ele poderia ter uma relação com uma jovem sedutora foi desbotando. Ele começou a ver Iolanda como ela era; uma criatura que necessitava desesperadamente de constante adoração e atenção da figura masculina em sua vida. Iolanda necessitava da atenção constante de Afrânio tanto quanto ele necessitava da juventude e vitalidade de Iolanda.

Afrânio começou a questionar sua busca incessante pela liberdade, pela felicidade e pelo sucesso financeiro. Com esta centelha de clareza, ele percebeu que Catarina sempre o amou com sinceridade e que ele é que não sabia como receber o amor de Catarina, porque ele não sabia o que o amor é.