A CIA se recusou a comentar as denúncias feitas pelo Washington Post
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou que quer ter acesso a todos os prisioneiros estrangeiros, suspeitos de terrorismo, mantidos pelos Estados Unidos.
Antonella Notari, principal porta-voz da organização, disse que está preocupada com o destino dos prisioneiros capturados como parte da "guerra ao terrorismo" do governo George W. Bush.
Ainda não se sabe o número exato de prisioneiros e nem o local onde eles estão detidos.
Os comentários de Notari foram feitos depois de um artigo publicado no jornal americano Washington Post, que relatou que a CIA (o serviço secreto americano) está operando uma rede de centros de detenção secretos em oito países.
O jornal citou agentes e ex-agentes da CIA que teriam afirmado que há pelo menos um destes centros no Leste Europeu.
Eles teriam sido estabelecidos logo depois dos ataques de 11 de setembro de 2001.
Sem comentários
O porta-voz da Casa Branca em Washington, Scott McClellan, não comentou o artigo do Washington Post.
"Não vou discutir nenhuma atividade específica de inteligência. Diria que a responsabilidade principal do presidente é proteger o povo americano. É uma responsabilidade que ele leva muito a sério."
Um porta-voz da agência de inteligência americana disse à BBC que a CIA não comenta o assunto.
A Comissão Européia, entretanto, afirmou que vai iniciar inquéritos informais.
Segundo o artigo do Washington Post os centros de detenção estão ou estavam localizados no Leste Europeu, Afeganistão e Tailândia.
Um porta-voz do governo tailandês negou que seu país esteja sediando um destes centros.
O jornal ainda afirma que, no Leste Europeu, antigos complexos usados na época da União Soviética, estariam sendo aproveitados para os centros de detenção.
O artigo também relata que o nome dos países do Leste Europeu que estariam envolvidos estão retidos a pedido de importantes autoridades americanas, pois eles temeriam que a revelação dos locais poderiam colocar a operação em risco.
Os Estados Unidos já enfrentaram questões a respeito do uso de "tradução", um processo em que os suspeitos de terrorismo são levados a interrogatório por autoridades de segurança para outros países, alguns dos quais seriam acusados de usar tortura.
Em agosto, o grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional pediu que os Estados Unidos revelassem detalhes dos suspostos centros de detenção de suspeitos em outros países.