CTG Rincão do Imigrante

Por Nader Khalil

Nem todo brasileiro sabe o que signica CTG, mas se essa pergunta for feita para um gaúcho, catarinense ou alguém nascido no estado do Paraná, a resposta é imediata: Centro de Tradições Gaúchas. Esse movimento tem como objetivo manter e divulgar o folclore tradicionalista de um povo, manter viva uma história, difundir uma cultura. Em todo o Brasil existem vários desses centros, principalmente no Sul. Mas e para quem vive aqui nos Estados Unidos e gosta desses lugares, o que fazer? Bem, um catarinense que cresceu convivendo com essas tradições encontrou uma alternativa. Nelson Junior juntou amigos e com eles criou um centro como esse aqui na Flórida. Morando há quase 20 anos nos EUA, ele sentia falta de um lugar para reunir pessoas para apreciar um bom churrasco, uma boa música tradicionalista, tiro de laço e as danças típicas. Foi aí que surgiu o CTG Rincão do Imigrante. “Aqui nos EUA a vida é de muito trabalho, você sempre está ocupado, e quando você consegue uma folga, tem que fazer o que gosta. Por isso criamos o CTG. Para tentar resgatar um pouco daquilo que a gente vivenciou quando criança, para matar a saudade do Brasil”, diz ele. E essa paixão que Nelson Junior demonstra pela tradição gaúcha não fica só nos encontros de fins de semana ou em palavras. O amor é tanto que até no local de trabalho, onde ele recebeu a nossa equipe, adereços tradicionalistas estão espalhados por todos os lados, dividindo espaço com outros objetos de decoracação. E ele acrescenta. “ O gaúcho mesmo, aquele que é fiel às suas raízes, tem sua bombacha, sua bota lustrada, lenço e o principal: não pode faltar o chimarrão” . Hoje o trabalho cultural provido por um grupo de amigos, que no início queria apenas trazer parte de um costume brasileiro para mais perto, se tornou em um grande Centro de Tradições Gaúchas, fazendo não só o resgate da história, como também dando continuidade à tradição, já que muitos dos filhos desses brasileiros nasceram aqui nos EUA e não tem contato com essa cultura, fazendo assim com que eles conheçam e também se apaixonem. E Nelson Junior acresenta: “Na verdade, isso é o principal. Quando idealizamos algo, queríamos que os nossos filhos vissem como foi nossa criação e como vivíamos no Brasil, como eram os encontros nos finais de semana com nossos pais e avós, bem diferente do que acontece hoje”, finaliza.