Cubanos se encontram na Calle Ocho para manifestar contra o governo de Fidel.

Por Gazeta Admininstrator

Aos gritos de “Viva à Cuba livre” e levando cartazes como as palavras de “Liberdade, sim, sucessão, não”, um grupo de aproximadamente cem cubanos exilados em Miami fez uma simulação da morte de Fidel Castro.

Um boneco do líder cubano foi posto em um caixão e à sua volta estavam bonecos do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, do falecido líder palestino, Yasser Arafat, e do ex-presidente iraquiano, Saddam Hussein.

“Todos eles são iguais. Ditadores e traidores”, disse o pintor Reinaldo Martinez.

Contradizendo o que a maioria dos cubanos exilados em Miami pensam – que Fidel já está morto – uma placa em frente ao caixão prevê sua morte para o dia 13 de agosto de 2009.

“Um profeta de Israel disse que um líder iria ser castigado depois de 50 anos no poder, e que, depois disso, o povo cubano iria aprender a adorar a Deus e não a Fidel”, afirmou Martinez.

Há uma lenda sobre o destino de Cuba, diferente da de Martinez: um padre espanhol, Santo Antônio María Claret, foi enviado a Santiago de Cuba – província natal de Fidel – e durante uma longa jornada a cavalo pela Serra Maestra, ele teve uma visão da Virgem da Caridade do Cobre, a santa padroeira da ilha.

Ela teria lhe dito que o futuro de Cuba estaria nas mãos de um jovem de cabelos compridos, barba e uniforme, que carregaria armas.

O santo espanhol disse que a Virgem da Caridade previu que este jovem iria governar durante quatro décadas e que Cuba seria devastada durante o período.

De acordo com a lenda, o líder morre depois disso e Cuba volta a ser um país livre.

Calle Ocho

A manifestação dos exilados cubanos neste sábado (5) foi feita em frente ao restaurante Versailles, na Calle Ocho, a a avenida mais conhecida do bairro Pequena Havana.

Foi ali que os exilados aglomeraram-se na madrugada da última terça-feira para comemorar a notícia da saída temporária de Fidel Castro do poder.

Apesar de o evento não ter se aproximado da festa do início da semana, muitos carros enfeitados com bandeiras cubanas buzinavam quando passavam pelo restaurante.

Os cubanos que chegavam começavam a rir quando viam o caixão de Fidel e também um cartaz que mostra o líder cubano de pernas abertas numa cama – como se tivesse dado à luz - e uma enfermeira segurando um bebê. Abaixo, a frase: “Dia do nascimento de Chávez”.

Apesar das gozações, o líder de um dos grupos de exilados, Ramon Raul Sanchez, disse que eles não estavam ali para comemorar a morte de Fidel Castro, mas sim sua “separação do poder”.

“Chegou o momento de arregaçarmos as mangas e nos unirmos para voltar à terra prometida e lutar com nossos companheiros que continuam enfrentando o regime de Castro”, afirmou Sanchez.

A organização de Sanchez, o Movimento Democracia, prepara barcos para entrar na ilha – algo proibido tanto pelos Estados Unidos como por Cuba.

O grupo já tem experiência: fez 16 tentativas de entrar em águas cubanas nos últimos onze anos, mas não foi bem-sucedido em nenhuma delas.

Os exilados em frente ao restaurante Versailles acenderam velas e empunharam rosas brancas em homenagem aos presos políticos e às pessoas que morreram por causa do regime castrista.