Como um jornal comunitário, o compromisso do GAZETA sempre foi e sempre será com a verdade e com a comunidade brasileira em primeiro lugar. Esta semana, quando um funcionário do consulado finalmente entrou em contato com o jornal para falar da realidade dentro da repartição em Miami, foi com este intuito de melhorar a vida da comunidade que resolvemos embarcar na matéria, que talvez desagrade a alguns, mas melhore a vida de uma comunidade inteira.
Além da greve da última semana em consulados de várias áreas do mundo, o consulado foi também colocado em evidência quando uma matéria foi publicada no “Miami Herald” falando das dificuldades que pessoas com planos de ir para o Brasil na Copa estão tendo para tirar visto para a mesma. Pelo que parece, depois que o “cão de guarda” americano divulgou os problemas, a direção do consulado mudou as operações, melhorando o atendimento a todos. O atendimento ficou mais rápido por causa da abertura de mais duas janelas de atendimento, somando-se as três.
Com a matéria desta semana, na qual falamos das condições de trabalho e a falta de benefícios que funcionários locais têm trabalhando no consulado de Miami, espera-se que pelo menos o mínimo seja obtido por essas pessoas, que se sentiram reprimidas por manifestarem seu apoio à greve dos consulados pelo mundo.
Uma coisa é verdade e precisamos ser justos. Nas leis de reciprocidade, o Brasil cobra o mesmo que os Estados Unidos para o visto tanto americano quanto o brasileiro (salvo na época da Copa, em que vistos especiais para o evento são gratuitos). Muitos brasileiros queixam-se do atendimento e a burocracia que se enfrenta ao retirar vistos para os Estados Unidos, algo que agora está sendo sentido por americanos.
Os trâmites burocráticos de consulados geralmente são dolorosos e as queixas nunca são poucas. Tirar impressão digital, viajar horas, passar um dia em outra cidade, pagar hotel, isso sempre é doloroso, tanto para brasileiros vindo para os Estados Unidos, quanto para qualquer nacionalidade indo para qualquer lugar do mundo. O americano, ainda, geralmente desconhece a necessidade do visto para o Brasil e está sendo pego de surpresa por esse passo burocrático a mais, no caminho da tão sonhada Copa do Mundo no Brasil.
Mesmo assim, abrir mais uma janela, colocar mais atendimento, foi um justo ajuste para que pessoas e funcionários pudessem agilizar o processamento de vistos. Agora, ajudar na qualidade de vida de cada um que trabalha nos consulados todos os dias também deve ser um ajuste ainda mais fácil de fazer. Isso para que esperem um pouco mais tranquilamente por uma resposta do Ministério das Relações exteriores.
Apoiar as manifestações dos funcionários locais dos consulados para que tenham melhores condições de trabalho é apoiar toda a comunidade brasileira. Isso fará menos doloroso, na medida do possível, passar por procedimentos burocráticos.a