Cunha é cassado e fica inelegível até 2027

Por Gazeta News

[caption id="attachment_114050" align="alignleft" width="300"] Cunha perde foro privilegiado e fica inelegível até 2027.[/caption]

Após quatro horas de sessão na Câmara, na segunda, dia 12, 450 deputados votaram para que Eduardo Cunha fosse cassado ante 10 parlamentares contrários e 9 abstenções.

Com a deposição do cargo, ele perdeu o foro privilegiado e, consequentemente, a prerrogativa de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal, além de ficar inelegível até 2027.

Cunha é acusado de ter mentido em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em 2015, ao dizer que não tinha contas no exterior.

Os jornais estrangeiros repercutiram a cassação de Eduardo Cunha nesta terça-feira, 13. Publicações de todo o mundo ressaltaram que esse foi mais um capítulo da tumultuada crise política e dos escândalos de corrupção que assolam o Brasil.

O New York Times afirmou que a votação foi “esmagadora” e reflete como a “classe política do país continua no meio de “colossais” escândalos de corrupção”.

O jornal disse ainda que Cunha enfrenta uma série de acusações de corrupção, “fazendo-o símbolo da generalizada corrupção e impunidade do sistema político brasileiro”. Também ressaltou que o ex-deputado era o “principal aliado” de Temer no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O site da rede britânica BBC disse que a votação foi “crítica para a credibilidade do Congresso e todos os olhos vão se voltar para o que Cunha fará a partir de agora”. A publicação citou as acusações de corrupção em que Cunha está envolvido e o definiu como o “arquiteto do impeachment” de Dilma.

O Le Monde, da França, afirmou que a Câmara “não teve misericórdia de um homem que se tornou insustentável” e que o ex-deputado já começou a sessão como um “cadáver político”. O jornal usou ainda uma frase dita pelo próprio Cunha para definir o que foi a votação: “quem assume o papel de juiz hoje deve saber que amanhã pode ser julgado”.

Já o jornal argentino La Nación afirmou que “destituíram o ‘Frank Underwood brasileiro’”, em referência ao personagem da série House of Cards, que planeja uma tomada do poder para assumir a presidência dos EUA. A publicação disse que a votação é uma “nova página da crise política que golpeia o gigante sul-americano”.

Eduardo Cunha sempre rechaçou a possibilidade de assinar um acordo de delação premiada na tentativa de reduzir possíveis penas aplicadas contra ele, caso seja condenado. Ele diz ser inocente e nega todas as acusações que pesam contra ele.

"Eu não tenho o que delatar. Eu não tenho crime praticado e não tenho o que delatar", afirmou o ex-deputado em junho.

Após o resultado da votação, ele voltou a negar que pretende fazer uma delação. "Só faz delação quem é criminoso, eu não sou criminoso". Ele afirmou ainda que os delatores que o citaram não apresentaram provas contra ele.

Com informações da BBC Brasil e Exame