De qual energia humana nos nutrimos?

Por Adriana Tanese Nogueira

Se a matéria é energia, conforme a descoberta de mais de um século, de Einstein, então nosso corpo é energia e emite energia de formas das quais não estamos conscientes. Sabemos também da física que há várias formas de energia: estática, cinética... e, hoje, se faz sempre mais evidente que é preciso reconhecer que há outra. Esta outra dimensão da energia não é mensurável pelos meios da ciência tradicional, mas sua presença é indiscutível se somente prestarmos um pouco de atenção a como nos sentimos.

Se conseguirmos ir além dos gostos e preconceitos pessoais (tanto positivos quanto negativos) e observarmos o que nos acontece na relação com outra pessoa, vamos notar o seguinte efeito: nos sentimos mais leves ou mais pesados, energizados ou sugados e cansados. Esta sensação se transforma depois em sentimentos e pensamentos: se houver energização, nossa visão de mundo tenderá a ser mais rosadas, por assim dizer; se tivermos sido sugados, as coisas assumirão um aspecto mais sombrio.

Essa ideia, familiar a muitos, encontrou um precário, mas interessante respaldo indireto pela ciência. Membros do grupo de pesquisa biológica do professor, Dr. Olaf Kruse, da Bielefeld University, na Alemanha, fizeram uma descoberta surpreendente que foi publicada dia 20 de novembro de 2012 no jornal online Nature Communications, da renomada revista Nature. Como toda criança sabe, as plantas usam a luz para obter energia da terra e da água: este é o processo da fotossíntese. O que foi descoberto é que na falta desses recursos, uma planta – no caso a alga verde Chlamydomonas reinhardtii – tira a energia necessária das plantas vizinha. Soa familiar?

Agora, segundo a médica Dra. Olivia Lee Bader, da qual não consegui seu texto original, o que acontece com as plantas marinhas se aplica também aos seres humanos. Faz todo sentido, não faz? Todos conhecemos essa sensação. Como partes de um sistema – família, amigos, trabalho, escola – estamos imersos nas redes invisíveis, mas perceptíveis com um pouco de auto-observação de troca de energia. Nós mesmos somos como uma bateria carregada com voltagem diferente, estejamos ou não conscientes disso. Quando nos concentramos na relação com uma pessoa, por exemplo, estamos conversando com ela e, portanto, focados nela. Assim, nossa energia está também toda concentrada lá.

Toda vez que duas pessoas interagem, se produz uma troca de energia. Esta troca é maior quanto maior for o tempo que passamos em contato com a outra pessoa. Imaginem só o que acontece numa família! A energia trocada, ou seja, nós mesmos na nossa dimensão energética, tem níveis diferentes de “qualidade”: é como qualquer “produto” do mercado, há os de alta qualidade e os de baixa. Nem sempre economizar, como bem sabemos, compensa. Assim como nem sempre manter uma companhia para não ficar só, compensa.

A qualidade energética depende do grau de consciência da pessoa. A consciência é algo que produz ordem e harmonia. Mesmo que num primeiro momento doa tomar consciência de algo, este é o único caminho para “botar ordem” na nossa casa interna e tomar as rédeas de nossa vida, que inclui nossos pensamentos, crenças, sentimentos, escolhas, etc. Consciência não tem nada a ver com crenças. A pessoa pode acreditar e declamar todas as melhores frases do universo e de todos os textos sagrados da terra e mesmo assim fazer mal aos que estão perto delas.

Concluindo: ao ouvir outra pessoa, quem quer que seja, preste atenção não só nas palavras e não só nas intenções conscientes da pessoa, mas em como ela lhe faz se sentir. Que tipo de horizonte se abre a partir do encontro com ela: é alegre e positivo ou é sombrio e desanimador?