O jornalista Roberto Lima, atual presidente da Associação Brasileira de Imprensa Internacional vem sendo protagonista de um importante caso em defesa da liberdade de imprensa e dos direitos civis nos Estados Unidos.
Roberto, que também é CEO-Presidente do tradicional semanário “Brazilian Voice”, sediado New Jersey, é o centro de uma celeuma surgida quando da cobertura a um crime na cidade de Newark, no dia 10 de setembro. O incidente envolveu um dos mais conhecidos e populares personagens da nossa comunidade, Geraldo Santos, mais conhecido como “Geraldo Corredor da Paz”.
Alegando ter policiais de Newark discriminado o fotógrafo-free lancer Geraldo Santos e em seguida agido com truculência contra o próprio Roberto Lima, que foi conferir a cena do crime para fazer a cobertura para seu jornal, a causa está sendo movida pela poderosa e influente American Civil Liberties Association, ACLA, campeã na defesa dos direitos civis.
A princípio, o episódio definido por Roberto Lima como “desrespeitoso e truculento” por parte dos policiais de Newark, teria sido minimizado pelo próprio jorna-lista, levando em conta a histórico de bom relacionamento que, de fato, existe entre as autoridades policiais daquela região – densamente habitada por imigrantes brasileiros – e a nossa comunidade.
O agravante entretanto, e que deu uma inesperada dimensão ao episódio, é a alegação de que um dos policiais envolvidos teria questionado Geraldo Santos sobre seu “status” imigratório, o que é terminantemente proibido pelas leis do Estado de New Jersey .
Esse fato vem gerando grande controvérsia e impacto.
A posição de Roberto Lima como presi-dente da ABI-Internacional, transformou sua luta em uma luta de todos os jornalistas e órgãos de imprensa, comunitários ou não, e vem garantindo consideráveis espaços na grande mídia norte-americana.
As redes ABC, CBS, NBC e FOX exibiram diversas reportagens em horário nobre. O caso vem sendo estampado em jornais como o “Star Ledger”, líder no estado de New Jersey e também sendo reportado pela imprensa brasileira nos Estados Unidos.
Até o momento, em termos de TV brasileira, a Rede Record destacou sua equipe em New York para entrevistar Roberto Lima e reportar o andamento dos processos.
Uma investigação interna já está em andamento na Polícia de Newark e o Governo do Estado priorizou as investigações através da Procuradoria Geral Ann Milgram, com quem o jornalista brasileiro já esteve pessoalmente.
Um pesadelo em nome da Lei
Roberto Lima, que vive há mais de duas décadas nos Estados Unidos e desfruta de uma reputação de intransigente na defesa dos direitos civis e da liberdade de imprensa, lamenta acima de tudo que o incidente tenha ocorrido: “Foram atitudes infelizes e insensatas que, infelizmente, não podem ser desconhecidas e muito menos deixadas de lado. Por se tratar de um imigrante que pode ter tido seus direitos desrespeitados, temos a obrigação, como jornalista e imigrante, de expor à sociedade norte-americana, esses claros desrespeitos à Lei e à Constituição”.
Roberto diz não estar conseguindo dormir direito devido à repercussão do episódio. Até uma passeata de protesto contra as atitudes dos policiais e em defesa dos Direitos Civis, está programada para esta semana em Newark.
“Não tem sido fácil. Estamos enfrentando uma poderosa estrutura que não está acostumada a admitir seus próprios erros. Mas esta é uma questão fundamental para todos os que prezam a Democracia e os Direitos Individuais. O importante é que temos recebido apoios importantes, de entidades respeitadas e influentes e que nos ajudam a encarar esse desafio. As pressões são grandes. Imaginem um imigrante brasileiro tentando expor uma grave falha do sistema policial norte-americano”, disse Roberto.
Orientado por seus advogados a não dar entrevistas à imprensa, o conhecido e bastante querido “Geraldo Corredor da Paz”, se tornou o “poster” para os imigrantes que se vêem discriminados. O mais curioso é que ele mesmo é possuidor de inúmeras menções de agradecimento da própria Polícia de Newark, por seus “relevantes services prestados em apoio às atividades policiais no Estado de New Jersey”, como está escrito em placa comemorativa que lhe foi entregue em solenidade pública.
Chegaram a circular rumores que Ge-raldo estaria em situação imigratória pendente e que poderia ser deportado. Nada há confirmado nesse sentido e Geraldo depôs livre e normalmente durante o Inquérito do “Internal Affairs” na Polícia de Newark. Falando em nome do Chefe de Polícia, o prefeito Cory Booker confirmou a intenção de perseguir a verdade dos fatos neste episódio e deu a certeza de que os culpados seriam exemplarmente punidos.

