Defesa dos EUA é incapaz de rastrear dinheiro usado em guerras, diz auditor

Por Gazeta Admininstrator

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos não tem como saber o destino de dezenas de milhões de dólares gastos durante as operações de guerra no Iraque e no Afeganistão contra o terrorismo, disse nesta quarta-feira o general David Walker, que lidera uma investigação a pedido do Congresso americano sobre as contas do Pentágono.

O departamento "não tem um sistema que ajude a determinar, com algum grau de confiabilidade e especificidade" quanto foi gasto nessas operações, afirmou Walker, durante uma reunião de um subcomitê do Senado sobre as Forças Armadas dos EUA.

O general lidera uma auditoria do Congresso sobre as contas do governo, e também uma operação de investigação sobre como o dinheiro público foi aplicado.

O Congresso americano aprovou um orçamento extra de US$ 25 bilhões para as operações do Departamento de Defesa em 2005, previstas para terminarem em 30 de setembro. Os congressistas também tentam aprovar, ainda esta semana, mais US$ 75 bilhões para as operações de defesa.

"Não há dúvidas de que os fundos foram gastos", afirmou Walker durante a reunião, "mas tento pensar como isso aconteceu de forma tão rápida."

O Departamento de Defesa não comentou as afirmações do general.

"Má administração"

Walker também afirmou que o departamento "gastou bilhões de dólares em um ano por causa de uma má administração nas operações de negócios" do Pentágono. O orçamento de 2006 está previsto em US$ 419,3 bilhões.

O general também afirmou que o órgão deve ter um diretor de operações financeiras, que deve ser o terceiro em importância no Pentágono, após o secretário de Defesa e o vice. Ele sugeriu que o presidente George W. Bush apontasse um nome para a vaga, que depois iria passar por aprovação no Senado.

Michael Wynne, que atualmente controla as operações de aquisição, tecnologia e logística do Pentágono rejeitou a idéia, dizendo que um novo diretor iria acrescentar uma "nova camada" a uma estrutura "já organizada".

"Estamos conduzindo o departamento muito bem, com transparência financeira", afirmou Wynne ao subcomitê.