Demanda das exportações verdes - Pense Green

Por Fernando Rebouças

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As empresas brasileiras estão atentas à exigência dos consumidores dos países desenvolvidos e, principalmente, a qualquer barreira técnica às nossas exportações de produtos não sustentáveis. Empresas de diferentes níveis e abrangências estão atentas para não perder o mercado externo.

Os empresários e exportadores do Brasil já perceberam que, além de ampliar o balanço ambiental, o produto verde está posicionado, naturalmente, num mercado blindado a crises, com preços estáveis e, a cada dia, conquista a fidelidade dos consumidores. O produto verde, além da questão ecológica apresenta três vantagens básicas no mercado externo:

- Clientela fiel; - Distribuição igual dos lucros nas diferentes etapas de produção; - Preços de exportação menos variáveis.

O investimento em sustentabilidade, além das commodities, tem atingido setores de móveis, calçados, alimentos, têxteis e confecções. No setor têxtil, há empresas nacionais que produzem seus tecidos sem a adição de tintas poluentes. A União Europeia não tem aceitado produtos que prejudicam o meio ambiente, e os EUA têm seguido a mesma regra. Apesar da crise financeira mundial que atingiu o hemisfério norte a partir de 2008, diversas empresas brasileiras mantiveram suas exportações para países como Japão e Inglaterra, graças ao valor agregado da sustentabilidade em seus produtos.

O processo na adoção de estratégias ambientais para o mercado tem se acelerado em diferentes países. Segundo a instituição Carbon Trust, o consumidor jovem da China poderá iniciar uma grande demanda por produtos verdes nos próximos anos. Segundo a pesquisa publicada em 2012, em seis países, 2,8 mil jovens foram entrevistados.

Na China, 88% dos jovens com idade de 18 a 25 anos, relataram que seriam mais fiéis a um produto e marca caso houvesse um envolvimento do fabricante com as questões da sustentabilidade para a diminuição da pegada ecológica nas etapas de produção. Em segundo lugar ficou a África do Sul com 86%; e o Brasil, em terceiro, com 84%. No Reino Unido, esse percentual foi de apenas 57%.