Democratas acusam Bush de hipotecar futuro de imigrantes

Por Gazeta Admininstrator

Senadores democratas e grupos hispânicos acusaram o presidente Bush de reduzir os programas sociais no Orçamento, a fim de financiar a redução de impostos para os mais ricos. Os democratas denuciaram, durante coletiva à imprensa, que o orçamento governamental para o ano fiscal de 2007 estabelece reduções de fundos para programas de saúde e educação fundamentais para os latinos.

Bush apresentou no dia 6 ao Congresso o orçamento que, se aprovado começará a vigorar em outubro próximo. “Infelizmente, o orçamento do presidente mostra que ele não compartilha dos valores da gente comum e que não entende a realidade que as famílias latinas deste país enfrentam”, sustentou o senador Bob Menéndez de New Jersey.
Menéndez negou que os cortes nos programas sociais vão servir para cobrir gastos crescentes em segurança, e os atribuiu ao programa de cortes fiscais para “a gente mais rica” do país, aprovado no primeiro mandato de Bush, e que o presidente quer conver-ter em permanente.
Os democratas calculam que o orçamento apresentado por Bush reduz gastos federais para a educação em $2,1 milhões e elimina 42 programas federais de educação que beneficiam diretamente aos hispânicos.
Segundo Menéndez, estes cortes prejudicariam a todo o país, porque em poucos anos um quarto do total de estudantes dos EUA pertencerá à comunidade latina.
Entre os programas educativos que o Governo propôs eliminar figuram os de prevenção do abandono escolar, participação de pais, serviços de alfabetização familiar e programas de preparação para a universidade, assinalaram os democratas.
Além disso, está prevista uma redução de fundos para programas de inglês como segundo idioma, planos universitários para hispânicos, serviços pré-escolares e atividades extra escolares.
“Está claro que o orçamento do Pre-sidente não é o adequado para cumprir com as necessidades dos estudantes latinos”, disse Peter Zamora, advogado do Fundo de Educação e Defesa Legal dos Mexicanos (MALDEF) e co-presidente da Coligação de Educação Hispânica.
Segundo Zamora, que participou da conferência, o governo de Bush “não deveria afastar-se de sua promessa de não deixar nenhum menino desamparado”.
“O presidente não reconhece a importância de investir no futuro de nosso país”, assegurou o senador Democrata Jeff Bingaman, co-presidente do Grupo de Trabalho Hispânico dos Democratas do Senado.
Outro co-presidente desse grupo, o senador Democrata Joseph Lieberman de Connecticut, afirmou mediante uma declaração escrita que “os cortes a cuidados médicos desta administração deixam as famílias latinas lutando com os crescentes custos destes serviços”.
Segundo Lieberman, isso ocorre justo quando o número de pessoas que necessitam de seguro médico “é mais alto para os latinos do que para qualquer outro grupo étnico ou racial no país”.
Ele acrescentou que esse pressuposto também “não atende às desigualdades em serviços de saúde, que estão documentadas, e que deixam as famílias latinas recebendo cuidados de qualidade inferior e com menor acesso. A comunidade latina se dá conta disto, e também o resto dos Estados Unidos”, disse Lieberman.
Os democratas calculam que Bush propôs cortes em fundos federais para o Medicare de $35 milhões nos próximos cinco anos, e em fundos para Medicaid de $17 milhões.
Maria Gómez chefe do Centro Mary para cuidados materno-infantis, prevê que os cortes nos programas de saúde para a infância “aumentaram o número de crianças que não receberam vacinas nem diagnósticos de enfermidades que podem ser prevenidas, o que acaba resultando em mais gastos para os estados”.