Os pré-candidatos presidenciais democratas se comprometeram na noite de domingo, 9, a empreenderem no primeiro ano de governo a reforma das leis de imigração americanas. Porém, eles não souberam explicar porque apóiam a construção de um murro na fronteira entre os EUA e o México e não um similar no limite com o Canadá.
A promessa da reforma foi feita em um debate entre sete dos oito candidatos na Universidade de Miami, promovido pela rede de televisão Univisión. É o primeiro debate realizado totalmente em espanhol.
Barack Obama aproveitou a oportunidade para lembrar que é filho de imigrantes do Quênia e afirmou que toda reforma migratória tem que levar em conta a segurança na fronteira, um sistema de identificação de empregados e a legalização de 12 milhões de ilegais que vivem e trabalham no país.
Hillary Clinton disse também ser a favor de uma reforma ampla que implica "ter mais patrulhamento e mais tecnologia nas fronteiras". "Eu sou a favor de aumentar a segurança na fronteira e em alguns casos instalar uma fronteira física porque é parte para assegurarmos nossos limites", disse a senadora.
Christopher Dodd repetiu as respostas dos outros dois pré-candidatos, mas disse ser necessário levar em conta "as razões fundamentais" para a imigração: as pobres condições econômicas dos países de origem dos imigrantes.
O governador do Novo México, Bill Richardson, se declarou contra o muro, e disse ser favorável a uma reforma global. "Sabe o que acontecerá se construirmos um muro de 12 pés de altura? Vão existir muitas escadas de 13 pés". Ele disse ainda que a reforma é necessária porque basta olhar a Estátua da Liberdade, em Nova York, para entender que os EUA simbolizam "liberdade, diversidade e que somos uma nação de imigrantes".
O congressista Dennis Kucinich também colocou-se contrário ao muro ao afirmar que as nações devem construir "relações". Ele afirmou que a imigração ilegal é resultado do fracasso do Tratado de livre-comércio entre Estados Unidos, México e Canadá. Kucinich disse ainda que se chegar a presidência vai eliminar o acordo e negociar outro obrigando o México a aceitar os padrões trabalhistas da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
John Edwards disse que fará uma reforma migratória no início do mandato, se for eleito, e que ela incluíra um melhor uso da tecnologia para saber quem ingressa nos EUA e uma abertura para a cidadania.
Já o senador Mike Gravel disse que há pouco cruzou a fronteira com o Canadá em apenas alguns minutos, mas ficou horas em uma fila para retornar. "Então, as pessoas que ingressam nos EUA são vistas como bodes expiatórios".

