Democratas se distanciam dos republicanos em relação à imigração - Editorial

Por Gazeta News

Candidatos democratas deixaram uma coisa clara aos eleitores latinos no primeiro debate presidencial do partido, realizado pela emissora “CNN”, no dia 13: se eles querem um presidente pró-imigração na Casa Branca, eles devem ficar longe dos candidatos do Partido Republicano.

O candidato Donald Trump foi um alvo claro na estratégia “Nós contra Eles”. A ex-secretária de Estado, Hillary Clinton, criticou os candidatos que “demonizaram os imigrantes que trabalham duro” e os “insulta”.

As perguntas sobre a imigração, no entanto, não foram tão profundas. Elas serviram mais para separar os dois partidos do que entrar em questões cruciais como prover um caminho para a legalização que dê direito à cidadania aos 11 milhões de imigrantes indocumentados.

As questões ficaram mais sobre se indocumentados poderão se qualificar ao Affordable Care Act ou se estudantes imigrantes indocumentados poderão pagar a matrícula em uma faculdade no mesmo valor que os residentes.

“Nesse palco, você não ouviu ninguém denegrir as mulheres. Você não ouviu ninguém fazer comentários racistas sobre novos americanos. Você não ouviu ninguém falar mal de pessoas por causa de sua crença religiosa “, disse o ex-governador de Maryland, Matin O’Malley em suas declarações finais.

A imigração também é ponto de alguma vulnerabilidade para Bernie Sanders. Ele teve uma posição complicada no passado em relação à reforma imigratórida, indo contra esforços legisltativos em 2007. Embora ele, agora, esteja dizendo que apoia a reforma, Sanders já expressou preocupação no passado de que a entrada na força de trabalho iria causar impacto negativo nos salários.

O debate de terça-feira foi crucial para os candidatos para conquistarem o público de Nevada, um estado com uma população latina crescente.

O’Malley havia defendido uma postura bastante consistente pró-imigrante ao longo dos seus dois mandatos como governador de Maryland. Ele vem em contraste com Clinton, que tem evoluído ao longo dos anos. Em 2007, a candidata tropeçou durante um debate quando lhe perguntaram se ela apoiava a concessão de carteiras de motoristas para imigrantes indocumentados.

Quando pressionada se ela concorda com a proposta de O’Malley em estender o Affordable Care Act a imigrantes indocumentados e seus filhos, Clinton disse que estava aberta à ideia de permitir que as pessoas comprassem seguros nos mercados do governo, mas limitaria alguns dos subsídios.

“Isso levanta muitas questões. Seria muito difícil de administrar. Teria que ser parte de uma reforma abrangente da imigração, quando finalmente se chegar a ela “, disse Clinton. A grande questão no ar é o que pode realmente ser realizado com um Congresso de maioria republicana. Um projeto de lei bipartidário de reforma da imigração aprovada no Senado em 2013 morreu lentamente na Câmara, mas tinha chances de se tornar lei.

Em vez de a aprovação da lei, o presidente Obama prometeu agir por conta própria com as ações executivas, anunciadas em novembro passado. As mesmas ações foram amarradas nos tribunais devido a uma ação movida por 26 estados. O plano teria oferecido um estatuto temporário e proteção contra a deportação para quase 5 milhões de imigrantes indocumentados que vivem nos EUA. Mas é provável que a briga chegue à Suprema Corte. Mesmo que o tribunal decida a favor das medidas de Obama, a decisão provavelmente só deverá ficar alguns meses antes de ele deixar o cargo.Clinton, Sanders e O’Malley disseram que iriam também incluir proteções para os pais de jovens indocumentados conhecidos como DREAMERS. Mas a questão é: se Obama não conseguiu mover a reforma para a frente, como eles conseguiriam?

Fonte: MSNBC