Denúncia de assédio provoca saída de bailarino brasileiro do American Ballet em NY

Por Gazeta News

Marcelo gomes bailarino Photo by Dustin Cohen
[caption id="attachment_159671" align="alignleft" width="335"] Marcelo Gomes é natural do Amazonas e era o principal bailarino da companhia. Foto: Dustin Cohen.[/caption]

O amazonense Marcelo Gomes, 38 anos, principal bailarino do American Ballet Theatre, de Nova York, carrega inúmeros espetáculos em seus 20 anos de carreira na companhia e anunciou na última quinta-feira, 21, sua demissão em meio a uma investigação de assédio sexual que teria ocorrido há 8 anos.

Em nota divulgada pelo New York Times, o American Ballet Theatre informou que tomou conhecimento do caso e iniciou uma investigação independente. Segundo a companhia, houve uma alegação "muito perturbadora" sobre o brasileiro. "A ABT não tolera o comportamento alegado", disse a companhia por e-mail.

Segundo explicação da companhia de ballet, o suposto caso de assédio não envolve membros ou ex-integrantes da empresa e não está relacionado com o trabalho de Gomes no American Ballet Theatre. "No meio da investigação, o Sr. Gomes apresentou sua demissão", afirmou o presidente da companhia, Andrew F. Barth.

Gomes se pronunciou sobre o assunto por meio de uma porta-voz, Lisa Linden. “Este é um momento de reflexão para Marcelo, ele está grato e fortalecido pelo apoio que recebeu de familiares, amigos e colegas", declarou.

Gomes nasceu em Manaus (AM) e iniciou a carreira no Rio de Janeiro. Em 1997, aos 18 anos, foi convidado a integrar o corpo de ballet do ABT, e foi promovido a bailarino principal da companhia em 2002. O bailarino brasileiro também foi convidado e participou de apresentações do grupo Kirov, da Rússia, do Royal Ballet, no Reino Unido e estreou no Bolshoi.

#metoo Há meses os escândalos de assédio sexual têm repercutido na mídia do mundo inteiro, e , principalmente no meio político e artístico americano. Atores de Hollywood perderam trabalhos e políticos estão perdendo votos e prestígio depois que mulheres começaram a fazer as denúncias pela internet com a campanha #metoo que viralizou nas redes sociais. O escândalo têm envolvido inclusive senadores e deputados do Congresso Americano.