Departamento de estado americano publica novo boletim sobre imigração

Por Gazeta Admininstrator

Inesperadamente e sem nenhum aviso prévio, fomos surpreendidos por uma mudança drástica nas datas de prioridade para dar entrada nas petições para autorização de tra-balho e Green Card através de processos de certificação de trabalho. O departamento de estado americano, que estipula as quotas limite anuais para vistos de imigrantes, acabou de publicar a tabela, ou boletim de quotas para o ano fiscal de 2006, que se inicia em primeiro de outubro de 2005.

Infelizmente, o departamento de estado retrocedeu a data de processamento de pedidos de residência (Green Card) para primeiro de março de 2001, o que até então, de acordo com o mais recente boletim de março de 2005, estava em dia.

Todos aqueles imigrantes que já tinham em mãos ou estavam na expectativa do recebimento de sua certificação de trabalho (através do processamento antigo ou do processamento eletrônico atual - PERM) não mais estarão habilitados a dar entrada na segunda fase do processo da certificação de trabalho, junto ao departamento de imigração, neste primeiro de outubro próximo, devido ao retrocesso de data, de mais de quatro anos, feito pelo departamento de estado americano.
Será possível apenas a entrada da I-140, a petição do empregador em favor do imigrante, que levará o caso adiante, mas não mais será possível a entrada simultânea dessa petição, junto a petições para autorização de trabalho e Green Card.
Ao menos, com recebimento da petição I-140 aqueles que decidirem ficar no país ilegalmente, estarão munidos de um recibo, que permitirá a extensão de suas carteiras de motorista.
As últimas petições para Green Card e autorização de trabalho, acompanhadas das petições do empregador em favor do imigrante (através dos processos de certificação de trabalho) foram possíveis até o último 30 de junho deste ano, quando os vistos de imigrantes foram esgotados, e iriam recomeçar neste primeiro de outubro de 2005.
Com esta nova e surpreendente medida, torna-se impossível a entrada destas petições neste próximo dia primeiro de outubro, como era a expectativa de todos.
Isso não afeta o processamento das certificações de trabalho via PERM, que continuam sendo processadas pelo departamento de trabalho em tempo bem menor comparado ao sistema antigo. No entanto, afeta drasticamente a data de quando será possível o prosseguimento para a fase 2 do processo; ou seja, está no momento indeterminado quando será possível a entrada das petições para autorização de trabalho e Green Card através dos processos de certificação de trabalho.
Para aqueles que ainda estão com o I-94 válido ou já no período de graça (dentro dos 180 dias após negativa de extensão de estadia), estes terão que buscar outras alternativas para permanecerem legais no país (sair do país e entrar legalmente novamente, ou buscar vistos alternativos, como um visto de estudante), pois já não será possível a entrada imediata e simultânea das petições para auto-rização de trabalho e Green Card, como era a expectativa de todos, neste próximo primeiro de outubro de 2005.
A medida piorou ainda mais a situação para os imigrantes ori-ginários da Índia, China, México e Filipinas, cujas datas foram retrocedidas para os anos de 1998, 2000 e 2001, respectivamente.
Fora os países supracitados, todos os outros, o que inclui o Brasil e toda a América do Sul, foram retrocedidos para primeiro de março de 2001. Em suma, é impossível determinar no momento quando estará disponível uma nova quota de vistos de imigrantes que possibilite aqueles com processos pendentes a seguir adiante, para a segunda fase. Portanto, mais do que nunca, há que se pensar em formas alternativas para se manter legal no país.

“Travessia” a US$25mil...
Pode ficar mais cara a entrada de ilegais nos Estados Unidos

A Agência Brasil informou que a decisão do México de suspender acordo e voltar a exigir visto dos brasileiros pode aquecer o mercado de imigração ilegal para os Estados Unidos.
Além de mais cara, a travessia deve ficar ainda mais perigosa. A avaliação é do chefe do serviço consular da embaixada do Brasil no México, Gustavo Guimarães. “A exigência do visto deve diminuir o fluxo de brasileiros que tentam chegar aos Estados Unidos através do México”, reconhece o diplomata. “A nossa preocupação agora é com o fluxo remanescente. As rotas vão se tornar cada vez mais inóspitas. Quando a travessia se torna um grande negócio, atrai a atuação de quadrilhas de criminosos, associados ao tráfico de drogas e a todo tipo de delito.”
Pelos cálculos de Guimarães, há dois anos, o custo para chegar aos Estados Unidos via fronteira mexicana ficava em torno de U$S 4 mil.
Atualmente, esse custo estaria em US$ 15 mil, com possibilidade de aumento para US$ 25 mil com o aumento da fiscalização.
Além de vulneráveis financeiramente, os brasileiros devem ficar mais suscetíveis a longas caminhadas por regiões distantes até mesmo dos povoados mexicanos.
Nesses locais, a embaixada do Brasil tem notícia de vários atos violentos cometidos contra os imigrantes ilegais. E, justamente por esta situação de irregularidade, os crimes não são denunciados.
Entre janeiro e julho deste ano, 7,2 mil brasileiros tiveram entrada negada no México, ou seja, nem chegaram a sair do aeroporto. Outros 1,3 mil foram deportados após serem detidos nos postos de fronteira pela polícia mexicana.
Por dia, aproximadamente 40 brasileiros retornam do México para o Brasil.
Aqueles barrados no aeroporto costumam esperar o vôo no próprio setor de embarque.
Os detidos na fronteira aguardam a deportação em centros de detenção por quase duas semanas.