Depois de encontro histórico, Obama diz que vai tirar Cuba da lista de patrocinadores do terrorismo

Por Gazeta News

Image: Barack Obama, Raul Castro

Depois de um encontro histórico no fim de semana entre os presidentes Barack Obama e Raúl Catro, agora os dois países devem enfrentar obstáculos mais difíceis. Mas o primeiro deles pode estar prestes a ser eliminado, depois que o presidente americano anunciou que vai retirar a ilha da lista dos países que dão apoio ao terrorismo.

Em sua conta de Twitter, a Casa Branca afirmou que Obama enviou ao Congresso relatórios e certificações indicando sua intenção de retirar o país caribenho da lista. Obama tomou a decisão após o Departamento de Estado revisar sua orientação sobre a permanência do país na lista.

Reunião história O encontro de Obama e Castro foi o primeiro do tipo em quase 60 anos. Os dois se reuniram no dia 11 em uma cúpula regional no Panamá, dando um passo a mais para restaurar os laços diplomáticos.

Foi o resultado de quase dois anos de negociações secretas e diplomacia silenciosa, e o clima foi positivo, tanto no local do encontro como fora, onde os líderes latino-americanos elogiaram Obama por acabar com décadas de hostilidade dos Estados Unidos para com a ilha comunista.

“A Guerra Fria acabou”, disse Obama. “Acho que há uma forte maioria tanto nos Estados Unidos como em Cuba que diz que a nossa capacidade de engajamento, de abertura para o comércio e as viagens e de trocas entre as pessoas vai ser, por fim, boa para o povo cubano”.

Abismo No entanto, o abismo entre os dois lados ainda é grande, ilustrado pela ausência de bandeiras dos EUA e de Cuba na reunião cuidadosamente orquestrada no fim de semana, em uma sala de conferências esparsamente mobiliada.

O embargo econômico dos EUA, que bloqueou quase todo o comércio entre as duas nações nas últimas cinco décadas, se mantém firme.

A situação dos direitos humanos em Cuba ainda é desdenhada por Washington, e a política externa norte-americana é motivo de desprezo por parte de Havana.

“Não vamos nos enganar. Temos um monte de diferenças”, disse Raúl, de 83 anos, um inimigo dos Estados Unidos durante a maior parte de sua vida e que ainda critica apaixonadamente as políticas passadas do governo norte-americano, apesar de elogiar Obama como “um homem honesto”.

“Em outras palavras, estamos dispostos a falar sobre tudo com paciência, com muita paciência”, acrescentou Raúl, que é general do Exército e irmão mais novo do líder revolucionário Fidel Castro.

Obama e Raúl anunciaram, em dezembro, que iriam trabalhar para restabelecer relações diplomáticas completas, cortadas em 1961, reabrir embaixadas nas capitais de ambos os países e liberalizar o comércio e as viagens.

Cuba não tem dado sinais de que está disposta a permitir direitos políticos mais amplos. O governo se refere aos dissidentes como mercenários, que movem-se rapidamente para sufocar a oposição e, além disso, Raúl deixou claro que não pretende permitir qualquer relaxamento do poder do Partido Comunista.

Embora Cuba busque atrair o investimento estrangeiro, quaisquer empresas norte-americanas que pretendam se instalar lá vão precisar da bênção do governo. Fonte: Reuters.